PUBLICIDADE

Santa Casa deve demitir 1,1 mil, diz Ministério Público do Trabalho

Superintendente do hospital afirmou que há necessidade de demissão, mas não tem dinheiro

Por Luiz Fernando Toledo
Atualização:

Atualizada às 22h34

PUBLICIDADE

O superintendente da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, Irineu Massaia, afirmou nesta sexta-feira, 23v, em audiência no Ministério Público do Trabalho em São Paulo (MPT), que deverá haver demissão de 1.110 funcionários, assim que a entidade tiver dinheiro para pagar os cerca de R$ 40 milhões em verbas rescisórias. Ele informou também que 60% serão do setor administrativo e os outros 40%, do setor assistencial.

A Santa Casa passa por uma crise financeira e acumula déficit de mais de R$ 400 milhões. Estudo concluído na entidade apontou que, com as demissões, haverá um alívio aos cofres de R$ 4 milhões ao mês. “Ele confirmou a necessidade de enxugamento da folha e de reestruturação no quadro”, afirmou a procuradora Carolina Vieira Mercante. “O que a gente recomendou ao superintendente foi a negociação com os sindicatos, para que haja critérios objetivos e não haja perseguição política”, disse.

Fachada da Santa Casa de São Paulo Foto: Gabriela Biló/Estadão

O MPT solicitou também que a entidade apresente, em até cinco dias, documentos que comprovem o valor do débito trabalhista atual, com o número de trabalhadores prejudicados e meses de salário em atraso, assim como a planilha com porcentual de despesas da folha de pagamento em relação às demais despesas. Em 30 dias, o órgão ainda solicita comprovante de pagamentos de honorários dos últimos três anos.

“Essa última exigência é necessária para verificar se houve infração à legislação que determina que a empresa em débito salarial com seus empregados também não poderá pagar honorário, gratificação, pro labore ou qualquer outro tipo de retribuição”, diz nota do órgão. 

Em nota, a Santa Casa afirmou que está dando sequência ao plano de reestruturação, que prevê revisão de contratos com fornecedores e readequação do quadro de funcionários. 

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.