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Saúde vai mapear atendimento de caso suspeito de microcefalia

Três meses após decretar emergência nacional, ministério cria equipe de funcionários para contatar famílias e fazer cadastro

Por Ligia Formenti
Atualização:

BRASÍLIA - Ministério da Saúde começa esta semana um serviço de atendimento para mapear as condições de atendimento dos bebês que estão com suspeita ou com diagnóstico confirmado de microcefalia. Nos próximos dias, uma equipe de 40 atendentes da pasta vai ligar para todas as famílias para saber, por exemplo, quais exames foram feitos, quais ainda necessitam ser realizados, se já há uma data marcada para o atendimento.

“Temos um cadastro com todos os pacientes. A ideia com esse contato é obter, a partir dos relatos, um panorama sobre quais as dificuldades enfrentadas por essas famílias para o acesso ao tratamento”, conta o secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame.

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O mapeamento, de acordo com Beltrame, servirá também para aprofundar o diálogo com secretarias. “Teremos um diagnóstico sobre os principais entraves e, com isso, podemos propor soluções conjuntas.”

A equipe do ministério também vai verificar se as crianças com suspeita de microcefalia já estão recebendo as orientações necessárias. A recomendação é que todos os casos suspeitos recebam orientações e acesso a tratamento. 

Especialistas consideram fundamental que bebê com a doença receba, desde os primeiros dias de vida, estímulos para auxiliar no desenvolvimento cognitivo e motor. São exercícios simples, para estimular a visão, a audição e o fortalecimento do pescoço, por exemplo. “Essa é uma ferramenta importante, que não pode ser desperdiçada”, diz Beltrame 

O mapeamento da situação dos bebês com suspeita de microcefalia ou com a confirmação da doença é adotado três meses depois da decretação de situação de emergência de saúde no País. Beltrame admite que, no início, não se imaginava que haveria dificuldades de acesso a tratamento e diagnóstico. A equipe que fará as ligações recebeu um treinamento específico, para saber abordar o tema da melhor forma possível com familiares. 

Quando a má-formação não está relacionada a causas infecciosas, é possível realizar uma cirurgia. Nesses casos, as crianças devem ser acompanhadas ao longo de um ano. No caso da microcefalia provocada por infecções, as ações - terapia ocupacional desde os primeiros meses, fonoaudiologia e fisioterapia - são feitas para tentar estimular o bebê. Foto: Estadão
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