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Teste nuclear nos EUA causa indignação Hiroshima e Nagasaki

Chamado teste subcrítico não envolve a detonação de uma arma nuclear

Por EFE
Atualização:

As cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, alvos de ataques nucleares ao fim da Segunda Guerra Mundial, consideraram deploráveis o teste nuclear efetuado pelos Estados Unidos em setembro.

 

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O teste, o primeiro deste tipo realizado desde 2006, ocorreu em 15 de setembro em um centro em Nevada (EUA), mas foi confirmado oficialmente pelo Departamento de Energia desse país somente na terça-feira, informou o jornal Japan Times.

 

"Deploro profundamente. Esperava que o presidente Obama assumisse a frente com relação à eliminação de armas nucleares", declarou o governador de Nagasaki, Hodo Nakamura, em entrevista coletiva.

 

O prefeito dessa cidade, Tomihisa Taue, mostrou "temor e preocupação" pelo teste, que considera um passo atrás no caminho em direção ao mundo livre de armas nucleares, como disse à agência Kyodo.

 

O teste gerou protestos entre os cidadãos de Hiroshima e Nagasaki, incluindo vários sobreviventes das bombas atômicas que assolaram as cidades em agosto de 1945.

 

"Não podemos tolerar uma ação dos EUA que trai a promessa do presidente Barack Obama de avançar em direção ao mundo sem armas atômicas", disse o subdiretor do Conselho de Vítimas da Bomba Atômica de Hiroshima, Yukio Yoshioka.

 

O governo japonês ressaltou que não tem intenção de protestar formalmente pelo teste, chamado subcrítico, já que nessa modalidade não se chega a alcançar uma reação nuclear em cadeia.

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Segundo a imprensa japonesa, o teste de setembro é a primeira deste tipo realizada sob a administração do presidente Barack Obama, premiado com o Nobel da Paz 2009.

 

Com este, sobe para 26 os testes nucleares subcríticos feitos pelos Estados Unidos desde julho de 1997, quando ocorreu o primeiro deles.

 

Washington considera que os testes não violam o Tratado de Proibição Completa dos Testes Nucleares (CTBT), já que não geraram reações em cadeia e tampouco energia nuclear.

 

Para os EUA, este tipo de experiência tem como objetivo de investigar a ação física e química dos materiais de fissão usados para as armas nucleares, necessários para manter a segurança do arsenal nuclear.

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