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UnB desenvolve fórmula matemática que reduz risco de contaminação da água por pesticida

Modelo matemático auxiliará agricultores a evitar a necessidade de tratamento futuro da água

Por Agência Brasil
Atualização:

Brasília - O Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB) criou uma fórmula matemática que permite aos produtores rurais reduzirem em até 42,7% os riscos de contaminação da água por causa do uso de pesticidas. A aplicação da equação é útil, por exemplo, para a avaliar o perigo de contaminação do lençol freático que irriga as bacias de abastecimento das cidades.A equação foi criada após pesquisa de campo em cinco lavouras de culturas diferentes na Bacia do Ribeirão Pipiripau, no Distrito Federal, que abastece a população da cidade-satélite de Planaltina, a cerca de 40 quilômetros do Plano Piloto. A pesquisa ainda não foi publicada.O modelo matemático, chamado Modelo de Avaliação e Manejo do Risco de Contaminação da Água por Pesticidas (Arca), calcula o risco de contaminação ao multiplicar os índices de vulnerabilidade dos recursos hídricos à contaminação (por causa da distância em relação à lavoura, composição do solo e ao manejo de plantio) pelo índice do potencial de contaminação dos produtos químicos usados (mobilidade, persistência e toxidade do inseticida, herbicida ou fungicida).De acordo com o pesquisador responsável pelo estudo, Henrique Chaves, qualquer agricultor pode calcular os eventuais riscos de contaminação. "Ele vai ver em quanto foi reduzido o risco de contaminação, substituindo produtos mais tóxicos, móveis ou mais persistentes". Segundo Chaves, por causa de sua atividade os produtores rurais conhecem as informações que compõem o índice de vulnerabilidade e podem saber o efeito dos princípios ativos dos pesticidas no meio ambiente com base nos dados registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento."No futuro, a gente poderá listar na internet todos os produtos licenciados no Brasil com o respectivo potencial de contaminação", prevê o pesquisador ao salientar que, ao calcular o risco não significa que a contaminação ocorra de fato, ou que se possa concluir que os pesticidas estão "bem menos agressivos que no passado".Conforme o pesquisador, o modelo matemático serve para orientar o agricultor e evita a necessidade de tratamento futuro da água. "Uma vez que chega na água [o pesticida], é muito difícil retirá-lo por meio dos tratamentos convencionais que temos no Brasil, como, por exemplo, a purificação de água nas estações de tratamento".Para incentivar inovações que preservem os corpos hídricos, a Agência Nacional de Águas (ANA) mantém, em dez estados, o Programa Produtor de Água para pagamento de serviços ambientais. Atualmente, o programa apoia, orienta e certifica projetos que visem à redução da erosão e do assoreamento de mananciais no meio rural.

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