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Uso de preservativos caiu entre brasileiros, diz pesquisa

Apesar do aumento do número de parceiros, estudo do Ministério da Saúde revela queda no uso de camisinhas

Por Ligia Formenti e da Agência Estado
Atualização:

O número de brasileiros que utiliza preservativos nas relações sexuais casuais caiu quase 5%, indica pesquisa feita pelo Ministério da Saúde divulgada nesta quinta-feira, 18. Segundo números do estudo, em 2008 apenas 46,5% dos entrevistados disseram usar camisinha em relações eventuais, enquanto em 2004 esse número era de 51,6%.

 

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A pesquisa do Ministério revelou também que a prática de sexo casual no País cresceu 132% em quatro anos. Em 2004, 4% dos entrevistados disseram que tiveram relações com mais de cinco parceiros eventuais no ano. Em 2008, o índice subiu para 9,3%. Foram entrevistadas 8 mil pessoas, de 15 a 64 anos, em todas as regiões do País.

 

O estudo, o maior feito no Brasil sobre o assunto, permite traçar um retrato sobre o comportamento sexual do brasileiro. O trabalho indica que 79% da população entre 15 e 64 anos é sexualmente ativa e que 16% dos entrevistados já traíram seus parceiros. O homem é o que mais admite esse comportamento: 21%, ante 11% entre as mulheres.

 

As diferenças entre o grupo masculino e feminino não se limitam ao item traição. O homem inicia a vida sexual mais cedo (36,9% tiveram a primeira relação antes dos 15 anos), tem maior número de parceiros casuais (13,2% tiveram mais de 5 parceiros casuais no ano anterior à pesquisa, um índice três vezes maior do que o das mulheres) e 10% apresentaram pelo menos um parceiro do mesmo sexo na vida (quase o dobro do que foi apresentado pelas mulheres: 5,2% tiveram relações com parceiras do mesmo sexo).

 

Os homens, em compensação, usam mais preservativos do que o grupo feminino, em qualquer situação: seja com parceiras fixas, casuais ou eventuais (fora da relação estável). O trabalho mostra, por exemplo, que 63,8% do grupo masculino entre 15 e 24 anos usou camisinha na primeira relação sexual. Entre as mulheres, esse índice foi de 57,6%.

 

A diferença maior, entretanto foi registrada no uso de preservativos em relações com parceiros casuais. No grupo masculino, 65,1% disseram ter usado camisinha na última relação sexual com parceiros casuais nos 12 meses anteriores. Entre as mulheres, o porcentual foi muito inferior: 45,5%. A diferença se repete no caso de parceiros mantidos fora da relação fixa. Entre homens, 43% usam camisinha. No grupo feminino, porém, esse índice não ultrapassa 25%.

 

Quanto menor a faixa etária da população analisada, maior o uso do preservativo. Na população entre 15 e 24 anos, 67,8% disseram ter usado camisinha com parceiros casuais nos últimos 12 meses. Na faixa etária seguinte, entre 25 e 49, esse porcentual cai para 54,4%. Os entrevistados com 50 e 64 anos apresentaram o menor índice de uso: 37,9%. A diferença também está presente no uso de camisinha com parceiros fixos. Na faixa etária de 15 a 24 anos, 30,7% disseram usar preservativos em todas as relações com parceiros fixos. Entre pessoas com 25 e 49 anos, o índice cai para 16,6%.

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Aids

 

Feita com 8 mil entrevistados, a pesquisa revela um fato intrigante. Apesar de ser registrada uma tendência de queda no uso de preservativos, a população brasileira apresenta um elevado conhecimento sobre a infecção e prevenção de aids. De acordo com o estudo, mais de 95% da população sabe que o uso do preservativo é a melhor forma de se evitar a contaminação. Segundo o ministério, esse é um dos índices mais altos do mundo. Um estudo feito com 64 países mostra que 40% dos homens e 38% das mulheres entre 15 a 24 anos tinham conhecimento exato sobre como evitar a transmissão do HIV.

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