Vacina brasileira contra o HIV apresenta bons resultados em macacos

Resposta dos primatas à imunização foi surpreendente, diz pesquisador da USP

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Por Redação
Atualização:

Uma vacina contra o vírus HIV desenvolvida por pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) mostrou resultados positivos quando testada em macacos.

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Na pesquisa, quatro macacos resus do Instituto Butantan receberam doses de uma vacina desenvolvida com 18 fragmentos do HIV, vírus causador da Aids. Os fragmentos foram identificados e isolados a partir da análise do DNA de pacientes soropositivos, mas que ainda não haviam manifestado a doença.

Segundo Edecio Cunha Neto, professor de imunologia clínica da Faculdade de Medicina da USP e pesquisador do Instituto do Coração (Incor), a resposta do sistema imunológico dos animais foi melhor do que os cientistas esperavam.

“Em 2006, a vacina já havia sido testada em camundongos, que costumam responder melhor do que macacos à imunização. Para nossa surpresa, a resposta imune dos macacos foi de 4 a 10 vezes maior do que a dos camundongos”, diz Cunha Neto, um dos coordenadores do estudo da USP.

A resposta indica que as células de defesa dos macacos, que tem um sistema imune parecido com o dos homens,  reconheceram o vírus HIV e manifestaram uma resposta para combatê-lo, o que seria o primeiro passo em busca de uma vacina para humanos.

O reconhecimento do vírus pelo sistema imunológico sempre foi um dos grandes desafios dos pesquisadores já que a doença ataca exatamente o sistema de defesa.

Próximos passos. Após esse primeiro teste em macacos, iniciado em novembro do ano passado e considerado piloto pelos cientistas, outros 28 animais do Instituto Butantan receberão a vacina.

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Desta vez, os pesquisadores dividirão os primatas em quatro grupos e aplicarão diferentes combinações da vacina para avaliar qual versão provocará as melhores respostas imunes.

A ideia é que, se os bons resultados se repetirem no novo grupo de macacos, os pesquisadores possam, em aproximadamente três anos, iniciar os testes da vacina em humanos.

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