Vacina contra dengue da Sanofi pode ser lançada este ano

Segundo a empresa, produto está pronto, mas precisa ser liberado pela Anvisa; estudo mostrou que vacina reduziu 60,8% dos casos 

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Por José Maria Tomazela
Atualização:

SOROCABA - A vacina contra a dengue da Sanofi Pasteur será lançada até o final deste ano ou no início de 2016. O produto está pronto, mas ainda precisa ser liberado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), informou a empresa nesta segunda-feira, 23. "Estamos reunindo toda documentação para enviar às agências reguladoras de vários países, entre elas a do Brasil, ainda no primeiro semestre", afirmou Sheila Homsani, do departamento médico da Sanofi.

A empresa vem investindo no desenvolvimento clínico da vacina há 20 anos e destaca que, atualmente, é a que está em estado mais avançado. O Instituto Butantan, de São Paulo, também desenvolve uma vacina contra a dengue, mas os testes estão na segunda fase - a terceira e última fase pode levar três anos. O governador Geraldo Alckmin (PSDB) quer antecipar o uso da vacina no Estado de São Paulo, que está à beira de uma epidemia. A terceira fase de testes seria ampliada para atingir um maior número de pessoas. O pedido de antecipação será apresentado à Anvisa.

Mosquito transmissor da dengue e de outras doenças Foto: Divulgação

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A Sanofi Pasteur informou que a fase três de testes é fundamental para análise de eficácia da vacina em diferentes contextos epidemiológicos. Um dos estudos, realizado na América Latina, incluindo o Brasil, envolveu mais de 20 mil participantes em cinco países - crianças e adolescentes com idades entre 9 e 16 anos. O estudo mostrou que a vacina reduziu 60,8% dos casos de dengue na população vacinada e foi eficaz contra os quatro sorotipos da doença. Também reduziu em 95,5% os casos graves e em 80,3% o risco de internações.

A vacina da Sanofi deve ser aplicada em três doses, uma a cada seis meses, para dar uma resposta equilibrada para os quatro tipos de vírus. A empresa investiu na construção de uma fábrica próximo de Lyon, na França, com capacidade para produzir 100 milhões de dose por ano. O custo da vacina ainda não foi dimensionado. Até esta segunda-feira, 23, a empresa não havia sido procurada por órgãos do governo estadual e federal para apresentar sua vacina.

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