Voluntários de voo simulado a Marte não vão procurar extraterrestres

Experimento 'Marte-500' serve para estudar tolerância da tripulação em voo interplanetário

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Por Redação
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MOSCOU - Os voluntários da simulação de voo a Marte não vão procurar extraterrestres em suas três missões previstas ao simulador da superfície do planeta vermelho, declarou o diretor do projeto "Marte-500", Borís Morúkov, em uma entrevista divulgada pela agência de notícias Interfax. "Buscaremos sinais de vida? Não sei. Em todo caso, até o momento não planejamos encontrar nem homenzinhos verdes nem aranhazinhas que saiam se arrastando da areia", disse Morúkov para explicar em que consistirão as caminhadas, que duram cerca de duas horas. A terceira e última saída até a superfície artificial de Marte "será dedicada à resolução de situações de emergência". "Assim, de acordo com o roteiro, um dos cosmonautas cairá e lesionará a mão durante um trabalho", e um segundo voluntário deverá examinar o colega, ajudá-lo a se levantar e acompanhá-lo até o módulo de descida. Entretanto, na primeira saída, dois participantes do experimento deverão remover do módulo de descida, que tem 1.200 metros cúbicos, todos os equipamentos necessários, fazer os preparativos adequados e ativá-los. Durante a segunda caminhada espacial, a tripulação vai explorar a superfície marciana e extrair amostras do solo, que serão trazidas para a Terra. Essa experiência, que começou em 3 de junho de 2010, servirá para estudar a compatibilidade psicológica e a tolerância dos integrantes da tripulação em um voo interplanetário. Os participantes vão compartilhar, por um ano e cinco meses, os 550 metros cúbicos que abrigam os quatro módulos cilíndricos do simulador. Os cosmonautas vão ficar isolados do mundo exatamente o tempo que leva o voo de ida e volta para Marte - 490 dias -, mais outros 30 de permanência no planeta vizinho. A Agência Espacial Europeia (ESA) e a russa Roscosmos lançaram em 2004 esse ambicioso projeto, que mais tarde se juntou à China e a colaboradores como Estados Unidos e Espanha. Em novembro de 2007, foi realizado um primeiro experimento preparatório em que seis voluntários russos foram isolados por duas semanas do contato exterior. Em julho do ano passado, foi concluído um voo simulado de 105 dias ao planeta vermelho.

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