Aliás, não há ainda conclusão alguma sobre a causa da maioria das mortes. Questionados, o Ministério da Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde de SP, onde estão concentrados a maior parte dos óbitos, informaram não dispor de dados.
Por alguns dias, o ministério manteve em seu boletim epidemiológico uma única informação sobre o uso da droga, de que a mediana de tratamento no Brasil era de 3 dias, apesar de a bula do remédio indicar melhor eficácia se o uso ocorrer em até 48 horas após os sintomas. Depois que a imprensa publicou, a informação sumiu.
Outra lacuna são os dados sobre testes a respeito da eventual resistência da droga ao vírus, já registrada em outros países. Zero de informação nos boletins das autoridades sanitárias.
Em razão da limitação das 48 horas, o Tamiflu já é uma droga de uso restrito. Estudo publicado em 2007 por pesquisadores da Unifesp apontou que a maioria dos pacientes só procura ajuda para sintomas da gripe depois deste prazo. Além disto, não foram poucas as famílias que relataram demora para o tratamento. É preciso lembrar ainda que a resistência ao oseltamivir é importante para a gripe sazonal (comum).
E aqui? O remédio chegou? O tratamento funcionou? Havia outros fatores que contribuíram para a morte? O vírus era resistente ao remédio? Ainda não há estudos científicos para respaldar nenhuma resposta.
PS: Em maio deste ano o blog questionou a manutenção das propagandas de remédios de gripe apesar da possibilidade de pandemia do novo vírus da doença. Mais a frente, uma reportagem do Estadão fez o mesmo, e ali as autoridades informaram não ver nada que chamasse atenção para os comerciais. Pois bem, epidemia instalada, há duas semanas a Anvisa mudou de ideia sobre os anúncios resolveu, finalmente, suspender os comerciais pelo risco de estímulo ao incorreto tratamento da nova doença.