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1 em 3 cidades tem prontuário eletrônico de saúde

Segundo o Ministério da Saúde, 140 municípios adotaram em 2 meses o sistema, considerado essencial para dar qualidade ao atendimento e controlar gasto

Por Ligia Formenti
Atualização:
Barros. Agora, será preciso adquirir equipamentos Foto: Sergio Moraes| Reuters

BRASÍLIA - Levantamento divulgado nesta quarta-feira, 14, pelo Ministério da Saúde mostra que 140 cidades adotaram em dois meses um sistema de prontuário eletrônico, que reúne informações sobre atendimentos realizados na atenção básica. Com a mudança, sobe para 37% o porcentual de municípios que passam a adotar essa estratégia, considerada pelo governo essencial para melhorar a qualidade da informação e o controle de gastos.

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Lançado há dois meses, o programa de prontuário eletrônico pretende que todas as unidades básicas de saúde do País passem a funcionar de forma integrada, por meio do uso de sistemas informatizados. A ideia é que todas informações do pacientes fiquem em um banco, o que permitiria aos profissionais terem acesso a histórico, sintomas, exames realizados, remédios usados. A ideia não é nova. Há pelo menos 15 anos o ministério anuncia investimentos para integrar informações. 

A iniciativa anunciada pelo ministro da Saúde, Ricardo Barros há dois meses, teve como ponto de partida a oferta de um sistema, o e-Sus AB. As cidades tiveram dois meses para informar se adotariam o sistema, se já dispõem de um programa próprio ou se não têm condições técnicas e operacionais para, neste momento, integrar a rede. De acordo com Barros, a maior parte dos municípios já apresentou a informação. 

Se o dado não for informado, as prefeituras terão suspensos os repasses do Ministério da Saúde para financiamento da atenção básica. Até a manhã desta quarta, 150 ainda não haviam enviado informações. “O prazo foi prorrogado. Não é nossa intenção suspender recursos. Queremos sim ter acesso a informação sobre as razões que levam as prefeituras a não adotar os sistemas”, disse Barros. 

Numa próxima etapa, a partir da análise das justificativas dos municípios que não adotaram os sistemas, o Ministério lançará estratégias para superar essas dificuldades. Entre as medidas estão a aquisição de equipamentos, capacitação de pessoal e ações para melhorar a conectividade da rede.

Pelas informações obtidas até agora, a maior dificuldade apontada pelos municípios é a falta de equipamentos para fazer a integração. Das 24.991 Unidades Básicas de Saúde distribuídas em 3.359 cidades que enviaram justificativas sobre atrasos na implementação, 85% disseram não possuir equipamentos, como computadores e impressoras, necessários.

A falta de conexão com internet foi outro problema apontado pela maioria dos serviços. O equivalente a 74% das UBS não têm conectividade. Também é comum a queixa de baixa capacidade dos profissionais para usar programa e falta de apoio para o sistema de tecnologia da informação.

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O ministro da Saúde, Ricardo Barros, disse afirmar que, embora tímida, a ampliação dos serviços com prontuário eletrônico atinge as expectativas. “Sabíamos que dificuldades seriam encontradas. O importante a partir de agora é tentar encontrar a solução.” De acordo com a pasta, nesses 60 dias, 2,4 milhões de brasileiros passaram a ser atendidos com prontuário eletrônico, cobrindo 28,5% da população. Em todo o país, 11.112 UBS em 2.060 municípios utilizam o sistema eletrônico para transmissão de dados, alcançando uma cobertura de 57,5% da população brasileira.

Universalização. O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Mauro Junqueira, avalia que investimentos prometidos pelo Ministério da Saúde devem facilitar a universalização do prontuário. “Embora muitos municípios estejam em momento de transição de gestão, é possível chegar rapidamente a 100% deles com informatização das UBSs.”

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