1 em 5 cidades de São Paulo tem casos graves de H1N1
Metade das mortes foi na capital ou região metropolitana; nesta quarta-feira, interior do Estado relatou 7 óbitos
Por Fabiana Cambricoli
Atualização:
SÃO PAULO - Pelo menos 121 das 645 cidades paulistas já registraram casos graves de H1N1, segundo boletim divulgado nesta quarta-feira, 20, pela Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo com detalhes sobre o perfil das vítimas da gripe. O documento revela ainda que metade dos 91 mortos pela doença neste ano viviam na capital ou nas cidades da região metropolitana.
O Estado é o mais afetado pelo surto antecipado de gripe que atinge o País. De janeiro até 12 de abril, o Brasil já registrou 1.012 casos graves de H1N1, chamados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), quadro que exige internação do paciente. Desse total, 715 (70%) pacientes foram infectados em território paulista. São Paulo também responde pelo maior número de mortes: 59% de um total de 153 registradas em todos os Estados brasileiros.
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O boletim da secretaria estadual mostra que grande parte dos casos e mortes está concentrada em duas regiões do Estado: Grande São Paulo e noroeste paulista. O balanço não traz o número de vítimas por município, mas é possível ver pelo mapa apresentado no informe que a maioria dos óbitos no interior aconteceu na região de São José do Rio Preto.
O diagnóstico fez com que a secretaria antecipasse a campanha de vacinação contra a gripe nessas regiões. A imunização foi iniciada no fim de março em 67 municípios da área de Rio Preto e no dia 4 de abril na capital e na Grande São Paulo, onde 47 pessoas já morreram.
No interior, novas mortes possivelmente associadas ao H1N1 são registradas todos os dias. Somente nesta quarta, foram notificados sete óbitos suspeitos pela doença. Dois deles foram registrados em Americana, região de Campinas. A cidade já tem um óbito confirmado pelo vírus e investiga outros dois, ocorridos anteriormente. Em Indaiatuba, na mesma região, a morte suspeita é de um idoso de 81 anos, que tinha doenças crônicas. É a primeira vítima por H1N1 na cidade, que investiga 16 casos suspeitos da doença.
Também foram notificadas como suspeitas da gripe as mortes de duas mulheres, de 34 e 69 anos, em Araras. A prefeitura enviou amostras ao Instituto Adolfo Lutz para confirmar a infecção pelo vírus. Outro caso suspeito foi registrado em Mococa - a vítima, do sexo masculino, apresentou quadro de pneumonia aguda. Um homem de 51 anos morreu com suspeita de infecção pela gripe em São Carlos. O resultado do exame sai em 30 dias.
11 perguntas e respostas sobre a gripe H1N1
1 / 1211 perguntas e respostas sobre a gripe H1N1
3 - Como é feito o tratamento?
Inicialmente, o tratamento é realizado com medicamentos que aliviem alguns sintomas, repouso e líquidos. Para os pacientes com sinais de agravamento e... Foto: REUTERSMais
5- Se o paciente não iniciar o tratamento rapidamente, ele corre mais riscos?
De acordo com a infectologista Ana Freitas Ribeiro, um estudo realizado em 2009 no Estado de mostrou benefício na redução de óbitos por H1N1, com o tr... Foto: REUTERSMais
6 - Qual principal tese para o surto precoce de H1N1 em 2016?
O deslocamento de viajantes para regiões onde a circulação de influenza é alta durante o inverno, principalmente países do Hemisfério Norte, como Esta... Foto: REUTERSMais
9 - A vacina é mesmo eficiente?
A vacina contém três tipos de influenza, A (H1N1), A (H3N2) e B. Anualmente, a vacina é renovada, considerando as recomendações da Organização Mundial... Foto: REUTERS/GlaxoSmithKlineMais
11 - Como se prevenir?
A vacinação é a principal medida de prevenção. “É importante que os doentes fiquem em casa, evitem deslocamentos”, disse a infectologista Ana Freitas ... Foto: REUTERSMais
11 perguntas e respostas sobre a gripe H1N1
O aumento de casos de gripe H1N1 desde o fim do ano passado colocou população e os governos em estado de alerta, principalmente no Estado de São Paulo... Foto: REUTERSMais
1 - Qual é a diferença entre os sintomas da gripe H1N1 em relação à gripe comum?
Os sintomas gerais das gripes são febre, dor de garganta, cabeça e no corpo, coriza, mal estar e tosse seca, com início súbito. A gripe H1N1 apresenta... Foto: PAUL BRADBURY VIA GETTY IMAGESMais
2 - Quando devo procurar o médico?
Todos os pacientes que apresentem quadro de gripe e façam parte do grupo de risco - gestantes, puérperas, portadores de doenças crônicas, obesidade, s... Foto: REUTERSMais
4 - Onde encontrar os remédios?
Os medicamentos, distribuídos pelo Ministério da Saúde, devem ser prescritos pelo médico. Cada município tem sua rede de unidades de saúde que atendem... Foto: REUTERSMais
7 - Quem deve tomar a vacina?
A vacina disponível no serviço público deve ser tomada pelos grupos de maior risco. A campanha de vacinação de influenza anual é realizada nas unidade... Foto: REUTERS/Brian SnyderMais
8 - Quais são os grupos de risco?
Crianças de 6 meses a 5 anos, gestantes, puérperas, trabalhador de saúde, povos indígenas, indivíduos com 60 anos ou mais de idade, adolescentes e jov... Foto: REUTERS/Eric GaillardMais
10 - Como acontece a transmissão?
A transmissão ocorre pela via respiratória, por contato próximo com doentes de gripe, durante a fala, espirro e tosse. Há possibilidade também da tran... Foto: HÉLVIO ROMERO/ESTADÃOMais
Perfil. Em todo o Estado, a faixa etária com o maior número de casos de SRAG por H1N1 foi a de 25 a 44 anos, segundo o boletim. Entre os mortos pela doença, a faixa de idade mais acometida foi a de 45 a 59 anos.
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Cerca de 71% dos mortos tinham alguma doença crônica e 54% eram mulheres. As doenças mais presentes entre as vítimas eram diabete, problemas cardíacos e obesidade. Três gestantes morreram, além de uma mulher que havia dado à luz há menos de 45 dias. Todos esses grupos, assim como idosos e crianças de 6 meses a 5 anos incompletos, são considerados mais vulneráveis para as complicações da doença e podem vacinar-se gratuitamente na rede pública.
Pelo menos 80% dos mortos chegaram a tomar o antiviral Tamiflu, mas o início do tratamento ocorreu, em média, cinco dias depois dos primeiros sintomas - o recomendado é que isso ocorra em até 48 horas. /COLABOROU JOSÉ MARIA TOMAZELA
Tome cuidados, mas não exagere! Veja 5 dicas para pais e mães evitarem a gripe H1N1 entre as crianças
1 / 5Tome cuidados, mas não exagere! Veja 5 dicas para pais e mães evitarem a gripe H1N1 entre as crianças
1. Quais medidas devem ser tomadas em relação às crianças?
Os médicos sugerem cuidado, sem exagero. Lavar a mão com água e sabonete resolve na maior parte das vezes, além de fazer higiene nasal com solução sal... Foto: AFPMais
2. Há restrição para ambientes coletivos?
Não precisa deixar de levar os filhos para a escola, natação ou cinema. Mas é bom evitar lugares onde há pessoas doentes. Foto: REUTERS
3. Há exagero das pessoas em relação à gripe H1N1?
Para Marcelo Reibscheid, pediatra do Hospital São Luiz, e Nelson Douglas Ejzenbaum, da Sociedade Brasileira de Pediatria, há exagero. Muitas pessoas e... Foto: NILTON FUKUDA/ESTADÃOMais
4. Fazer gargarejo não previne a doença?
O H1N1 é um vírus. Se a criança respirar o vírus, ela vai pegar. Gargarejo não vai adiantar. Vai limpar a garganta, apenas. O que imuniza mesmo é a va... Foto: ReproduçãoMais
5. O que faço se está faltando vacina nos postos e a campanha nacional só começa no dia 30?
Não precisa sair correndo para vacinar. Vale destacar que a imunização completa leva pelo menos 15 dias. A imunização nacional, aliás, tem como foco o... Foto: REUTERSMais