A ideia de testar todos os alunos e professores da rede municipal de ensino antes da volta efetiva das aulas e priorizar a volta daqueles que já desenvolveram anticorpos para a covid-19 é eficaz. A troca de material biológico por via respiratória será entre aqueles que já tiveram a doença.
E, ao menos por enquanto, não há motivo para se preocupar com uma possível reinfecção, porque o número de casos desse tipo até o momento é muito baixo. É uma discussão que está ocorrendo agora, mas aparentemente são exceções.
Evidentemente, o processo instituído pela Prefeitura inspira cuidados. Um professor que já tiver anticorpos, por exemplo, pode voltar a trabalhar. Mas aquele que não contraiu a doença, principalmente se for alguém que pertença ao grupo de risco, é melhor ficar em casa para não correr riscos.
Afinal, estamos vendo que a curva de infecções voltou a se acentuar ligeiramente e pode-se creditar esse movimento ao feriado de 7 de setembro, quando muita gente viajou para a praia, se aglomerou e não tomou os devidos cuidados.
Desconheço que tenha havido alguma medida desse tipo em outros países. Acho que se tivermos o mínimo de respeito e os devidos cuidados não deveremos ter uma segunda onda - algo que já ocorre na Europa. As curvas da Inglaterra, por exemplo, são impressionantes, mas a letalidade é mais baixa. É possível que, na primeira onda, quem estava mais vulnerável tenha morrido. Mas isso não é motivo para relaxar.
*FUNDADOR E EX-PRESIDENTE DA ANVISA, EX-SECRETÁRIO MUNICIPAL DA SAÚDE DE SÃO PAULO E PROFESSOR DO MESTRADO PROFISSIONAL DA EAESP/FGV E DA FSP/USP