08 de abril de 2022 | 08h00
Quem nunca pensou em como seria bom se existisse uma vacina contra o câncer? O que pouca gente sabe é que esse imunizante já foi inventado e está disponível gratuitamente no Brasil para algumas faixas etárias, pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI), e nas clínicas privadas, para quem desejar se imunizar. É a vacina contra o papilomavírus humano (HPV), que pode reduzir significativamente o câncer do colo do útero, mas que também ajuda na prevenção dos tumores de vulva, vagina, ânus, cabeça e pescoço, e de pênis.
A importância e efetividade dessa vacina, a baixa vacinal e as faixas etárias e públicos para os quais o imunizante é indicado foram temas da live “Câncer por HPV, o Brasil pode ficar sem”, promovida pelo Estadão Blue Studio em parceria do Instituto Lado a Lado pela Vida, que é o idealizador da campanha para incentivar a vacinação contra o HPV. Marlene Oliveira (presidente do Instituto) e os médicos Renato Kfouri (pediatra, imunologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria) e Graziella Dal Molin (oncologista da BP, A Beneficência Portuguesa de São Paulo) participaram da conversa, que teve a mediação da jornalista Rita Lisauskas.
Assista à íntegra:
Baixa cobertura
Mesmo disponível gratuitamente nos postos de saúde do Brasil para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos, a meta de cobertura da vacina do HPV, que é de pelo menos 80%, está abaixo do esperado pelo Ministério da Saúde. Já a busca pela segunda dose é ainda mais problemática, destacou Marlene Oliveira. “A gente precisa entender que somente vacinando as meninas e os meninos nós vamos reduzir essas estatísticas. Para isso a gente tem que levar informação de qualidade às famílias”, afirmou. O imunologista e pediatra Renato Kfouri lembrou que a vacinação de adolescentes é sempre desafiadora em todo o mundo, e que uma boa solução para elevar as coberturas seria ter uma parceria entre o Ministério da Saúde e o da Educação. “Os países que tiveram mais sucesso nos programas de vacinação dos adolescentes foram os que levaram as vacinas até a escola”, destacou.
Alta efetividade
A efetividade dessa vacina do HPV já foi comprovada por pesquisas, explicou a oncologista Graziella Dal Molin. “A Austrália é um dos países com mais dados publicados, mostrando que a vacina é extremamente eficaz. Por lá é raro ter câncer de colo do útero”, afirmou. A médica destacou, ainda, que existem pesquisas que já comprovam que mulheres e homens adultos, inclusive os que já tiveram contato com o HPV, também podem ser beneficiados pela vacina. Ela sugeriu uma conversa sobre o assunto com o ginecologista, no caso das mulheres, e com o urologista, no caso dos homens.
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