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Abimo pede maior fiscalização de produtos médicos importados

Segundo levantamento, cerca de 40% das infusões estéreis apresentam algum problema grave

Por Fabiana Cimieri
Atualização:

A Associação Brasileira das Indústrias de Artigos e Equipamentos Médicos, Odontológicos, Hospitalar e de Laboratórios (Abimo) solicitou à Agência Nacional de Vigilância Sanitária maior rigor na fiscalização dos produtos médicos descartáveis importados. Segundo um levantamento feito pela própria Abimo, cerca de 40% dos equipos de infusões estéreis, que são sistemas descartáveis onde são colocados soro e medicação utilizada em clínicas e hospitais, apresentam algum problema grave como vazamentos ou falta de esterilização. "A legislação é muito rigorosa, mas percebemos que a Anvisa não está tratando as empresas nacionais e estrangeiras com igualdade e muito lotes importados não estão sendo vistoriados", afirmou o diretor institucional da Abimo, Márcio Bosio. "Protocolamos uma solicitação para que todos os importados se submetam às normas brasileiras, que exigem inclusive que as fábricas sejam vistoriadas e recebam um certificado de boas práticas", completou ele. De acordo com a assessoria de imprensa da Anvisa, o número de notificações de inadequação às normas é semelhante entre os produtos brasileiros e importados. Ainda segundo a agência, ambos são submetidos à mesma legislação, com exceção das visitas às fábricas. O argumento é o de que não há técnicos e recursos disponíveis para vistoriar indústrias no leste europeu. A maioria dos concorrentes dos cinco fabricantes nacionais são empresas da China, Índia e Paquistão. Para o consultor Hugo Porto, da Guedes & Pinheiro Consultoria, contratada pela Abimo para estudar as inadequações, as condições de segurança dos produtos importados é inferior a dos produtos nacionais. "Está havendo uma concorrência desleal e a fiscalização da Anvisa está sendo falha", apontou. Segundo ele, o mesmo tipo de problema já aconteceu com luvas cirúrgicas e aparelhos de raio X. Dados da Abimo mostram que, em 2008, o setor de equipamentos médicos descartáveis importou US$ 443 milhões. Em contrapartida, apenas US$ 61 milhões foram exportados, o que mostra uma balança comercial negativa de US$ 382 milhões.

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