Agente de saúde em SP vai ganhar R$ 120 para atuar em mutirão contra Aedes

Verba extra, segundo o governador Geraldo Alckmin, será para quem trabalhar aos sábados no combate ao mosquito

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Por Marcelo Andriotti
Atualização:

CAMPINAS - O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou neste sábado, 13, que vai pagar um valor extra de R$ 120 para agentes de saúde que se disponham a trabalhar em mutirões aos sábados contra o mosquito Aedes agypti. Até 30 mil profissionais poderão participar dessas ações. Alckmin participou em Campinas, junto do ministro da Defesa, Aldo Rebelo, do Dia Nacional de Combate ao mosquito, que causa dengue e a zika.

Rebelo anunciou a intensificação da presença das Forças Armadas no combate ao mosquito, com a participação de 1,2 mil organizações militares nos 350 municípios do País com maior incidência do mosquito. Segundo ele, não haverá maior atuação de militares para o combate ao mosquito no Rio de Janeiro por conta das Olimpíadas.

Marinha, Exército e Força Aérea realizam panfletagem na região de Santana na zona norte da capital paulista em campanha de conscientização no combate ao Aedes aegypti Foto: WERTHER SANTANA/ESTADÃO

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“Quem determina os locais de trabalho mais intenso é o ministério e secretarias municipais de saúde, seguindo critérios da área”, afirmou. Ele também disse que o exército contará com a ajuda do município e do governo do Rio de Janeiro para atuar em áreas de risco, dominadas por traficantes ou milícias. “O Exército não tem poder de polícia, por isso contaremos com a ajuda da Polícia Militar”, disse Rebelo.

Alckmin disse que o dinheiro para o pagamento extra aos agentes de saúde virá do Ministério da Saúde e da Secretaria de Saúde do Estado. “É um trabalho voluntário, os agentes não serão obrigados a trabalhar, mas faremos mutirões todos os sábados”, disse Alckmin.

O governador também afirmou que a vacina para a dengue no Instituto Butantan está em testes e que cobre os quatro tipos da doença. “Também vamos tentar fazer com que a vacina combata também o zika vírus, mas isso dependerá de novas avaliações”, afirmou.

Símbolo. Campinas foi escolhida como sede do evento no Estado de São Paulo por um fato histórico, segundo o governador Alckmin. “Há mais de 100 anos, Campinas venceu uma guerra contra a febre amarela. Agora, ela marcará o início de uma nova vitória contra o mosquito”, falou durante discurso realizado na Lagoa do Taquaral, o principal parque da cidade.

Além do valor simbólico ressaltado por Alckmin, Campinas está enfrentando nos últimos anos a maior epidemia de dengue de sua história. Ele está entre as maiores incidências de casos de dengue no Brasil em 2015, contando o número de casos a cada 100 mil habitantes, e teve neste ano confirmado o primeiro caso de Zika vírus autóctone (contraído na própria cidade).

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A transmissão aconteceu por meio de uma transfusão de sangue. A vítima, um homem de 20 anos, doador de sangue, foi identificada por meio de rastreamento de bolsas de sangue no Hemocentro da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).

Apesar do lançamento oficial da campanha de combate ao mosquito, a cidade conta desde 4 de fevereiro com o reforço de homens da 11ª Brigada do Exército no combate ao mosquito. Inicialmente, 45 militares começaram os trabalhos no Jardim Santo Antônio, no sudoeste do município, executando ações como busca de pessoas com sintomas da doença, remoção de criadouros, colocação de larvicida em recipientes não removíveis e em atividades de educação, informação e mobilização social.

Agora, outros 356 soldados vão atuar em conjunto com equipes da saúde em bairros das regiões Sul e Sudoeste e em praças da cidade. Alckmin e Rebelo fizeram visitas a algumas casas na cidade acompanhando militares e agentes de saúde no mutirão.

Entre 15 a 18 de fevereiro, outros 150 soldados, também da mesma 11ª Brigada, vão participar de outro mutirão de combate ao Aedes aegypti. O reforço do Exército é considerado fundamental pela Secretaria de Saúde, já que os soldados facilitam o acesso aos endereços, contribuindo para sanar uma das dificuldades no combate ao mosquito, que é a recusa da população em receber os agentes.

 

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