Alesp aprova projeto que autoriza compra de vacina contra covid pelo governo de SP e setor privado

Texto segue agora para o gabinete do governador João Doria, que pode sancioná-lo ou vetá-lo, integral ou parcialmente.

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Por Nicholas Shores
Atualização:

A Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo (Alesp) aprovou nesta quarta-feira, 7, projeto de lei que autoriza o governo paulista e a iniciativa privada a comprarem vacinas contra a covid-19. Os deputados encerraram a análise da proposta com a votação destacada do artigo sobre a aquisição de imunizantes por empresas privadas para vacinar seus funcionários, que acabou mantido por 53 votos a 21. O texto segue agora para o gabinete do governador João Doria (PSDB), que pode sancioná-lo ou vetá-lo, integral ou parcialmente.

A versão aprovada foi a do substitutivo do relator do projeto no Congresso de Comissões, Gilmaci Santos (Republicanos). A autorização à compra de vacinas pelo setor privado em São Paulo coincide com a discussão na Câmara sobre a flexibilização da legislação federal a respeito do mesmo tema. A proposta original, de autoria do deputado Paulo Fiorilo (PT), não previa essa possibilidade.

Vacinação dos profissionais da segurança pública, na Academia de Polícia Militar do Barro Branco, em São Paulo. Foto: Werther Santana / Estadão 

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"A Organização Mundial da Saúde (OMS), o Centro de Referência do Estado e pessoas que discutem a importância do SUS e do Plano Nacional de Imunização (PNI) já se manifestaram contrários à compra de vacinas pela iniciativa privada. É uma forma de criar um camarote da vacina, um fura-fila, e descaracterizar todo o plano que o governo está tentando implementar", afirmou o petista ao Estadão/Broadcast.

Na sua visão, o culpado pela ausência de vacinas é o governo de Jair Bolsonaro, que, nas palavras de Fiorilo, "quando podia ter comprado vacinas, preferiu desdenhar delas".

Nessa terça-feira, 6, deputados federais aprovaram o texto-base de proposição para empresas comprarem vacina contra covid-19 sem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para imunizar seus funcionários. Substitutivo da deputada Celina Leão (PP-DF) abre a possibilidade de doação de somente metade das doses mesmo antes de o SUS terminar de vacinar grupos prioritários. O restante dos imunizantes deve ser aplicado de forma gratuita nos trabalhadores das empresas que comprarem os produtos, segundo as prioridades estabelecidas pelo PNI.

O texto aprovado hoje pela Alesp também permite à rede estadual de saúde aplicar o soro anti-covid do Instituto Butantan, que obteve autorização da Anvisa para realizar testes em humanos em 24 de março.

Além disso, o projeto afasta, até o fim de 2022, o impedimento para que pessoas físicas e jurídicas com pendências no Cadastro Informativo dos Créditos não Quitados de Órgãos e Entidades Estaduais (Cadin) tomem empréstimos ou renegociem linhas de crédito junto à agência de fomento Desenvolve SP.

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