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Alzheimer: estudo identifica a região do cérebro em que a doença começa a se desenvolver

Descoberta sobre o cíngulo posterior pode ter ‘implicações muito relevantes em termos de terapias futuras’, segundo os pesquisadores da Universidade de Coimbra

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Por Redação
Atualização:

Uma equipe de pesquisadores da Universidade de Coimbra, em Portugal, identificou a região do cérebro humano chamada de cíngulo posterior como a área em que ocorrem as primeiras alterações causadas pelo Alzheimer, o que abriria caminho para um tratamento precoce da doença. 

Os pesquisadores descobriram que, no cíngulo posterior, ocorrem três sintomas típicos de fases iniciais da doença de Alzheimer: inflamação neural, acúmulo de proteínas amiloides (que são insolúveis no corpo humano) e atividade neuronal aparentemente compensatória, em que uma região do cérebro tenta agir para compensar o déficit de funcionamento apresentado por outra.

Os pesquisadores descobriram que, no cíngulo posterior, ocorrem três sintomas típicos de fases iniciais da doença de Alzheimer. Foto: Yves Herman/Reuters

"A descoberta pode ter implicações muito relevantes em termos de terapias futuras, pois identifica claramente um alvo da alteração precoce no cérebro envolvido na perda de memória, o que pode ser estudado de forma direta e concentrada em novos ensaios terapêuticos", ressalta um comunicado da universidade.

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Um dos coordenadores da equipe, Miguel Castelo-Branco, explicou que os resultados desta pesquisa – publicados na revista Communications Biology – abrem caminho para desenvolver e testar terapias para reduzir a neuroinflamação presente em quadros da doença. "A região identificada é crítica, pois serve como um eixo de ligação para os processos de memória de curto e longo prazo que sabemos que são afetados de forma crucial na doença de Alzheimer", disse ele. 

A descoberta foi demonstrada por meio de um conjunto de técnicas avançadas de imagem funcional e cerebral, com a participação de pessoas em estágios muito iniciais da doença e outros indivíduos com as mesmas características sociodemográficas. A pesquisa foi desenvolvida por uma equipe multidisciplinar da Universidade de Coimbra e do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra. (EFE)

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