América Latina entra em alerta após suspeita de Ebola no Brasil

Argentina, Chile e Colômbia já investigaram 16 pessoas; Paraguai compra material e no Caribe já se pensa em suspender carnaval

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Por Cláudia Trevisan
Atualização:

Atualizada às 20h56

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WASHINGTON - A descoberta de um caso suspeito de Ebola no Brasil pode levar ao primeiro registro do vírus na América Latina e no Caribe, o que pôs em alerta países vizinhos e aumentou a preocupação já existente na região desde que o primeiro caso foi registrado nos EUA. 

O porta-voz da Organização Mundial de Saúde (OMS) em Washington, Daniel Epstein, ressaltou que a organização já havia alertado, em agosto, que havia a possibilidade de ocorrência de casos fora da África Ocidental e recomendou que os países estivessem preparados. Para ele, os países da região se encontram “preparados”.

O governo argentino declarou nesta sexta estado de “alerta epidemiológico”, o que significa que aumentará as medidas de controle de ingresso aéreo e fronteiriço ao país e os recursos para formar pessoal sanitário e equipar hospitais. Na Argentina, antes do alerta epidemiológico, foram detectadas e isoladas cinco pessoas - quatro argentinos e um chinês vindos da Nigéria - e todos os casos foram negativos.

No Chile, oito pessoas foram submetidas a protocolos estabelecidos para detectar eventuais casos desde julho, todos com resultados negativos, conforme informou nesta sexta a ministra de Saúde, Helia Molina.

A Colômbia ativou um plano de prevenção e relatou três casos “sob investigação”, envolvendo viajantes que chegaram ao país vindos da África. “Temos até agora três pessoas, duas da Libéria e uma de Serra Leoa, que foram barradas no controle de aeroportos. Elas estão isoladas e passando por monitoramento diário de temperatura”, explicou nesta sexta o ministro da Saúde, Alejandro Gaviria. No início da noite, já havia sido possível descartar Ebola em pelo menos dois dos viajantes, uma vez que o prazo de incubação de 21 dias foi vencido.

O governo do Peru aprovou um plano de prevenção, preparação e resposta frente à possível chegada do vírus do Ebola. Segundo o Ministério da Saúde, o foco serão aeroportos e portos com conexões internacionais. Foram habilitadas zonas de isolamento em hospitais de Lima e de Callao.

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Também o governo do Paraguai anunciou que mantém em alerta os centros de vigilância epidemiológica e os controles nas fronteiras, especialmente com o Brasil. “Por enquanto, serão comprados trajes de segurança para profissionais médicos, enfermeiras, pessoal de limpeza e famílias de pessoas que vierem a ser isoladas”, afirmou Carlos Castillo, representante no país da Organização Pan-americana de Saúde (Opas).

Sem carnaval. Trinidad e Tobago estuda adiar seu famoso carnaval, por medo de que alguns dos milhares de turistas que venham para as festas de fevereiro tragam a doença. O ministro da Saúde, Fuad Khan, afirmou que o governo está em alerta. O país vive um boom petrolífero e 35% da população é de origem africana. 

A Guatemala declarou alerta nos aeroportos nesta sexta. “Não podemos dizer que estamos isentos do vírus”, disse o presidente Otto Pérez. Já o presidente panamenho, Juan Carlos Varela, viajou para Atlanta, nos Estados Unidos, para se reunir com especialistas dos Centros de Controle de Doenças (CDCs). O objetivo é “estabelecer um mecanismo de trabalho que permita ao Panamá melhorar seus planos e protocolos sanitários ante ameaças à saúde como o vírus Ebola”, disse uma fonte oficial. /COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

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