Deve-se deixar claro que esses dados (de que erros imprevisíveis e aleatórios que acontecem naturalmente no processo de duplicação do DNA são responsáveis por cerca de 66% das mutações celulares que causam câncer) ainda devem ser corroborados por outros cientistas. Existem outros trabalhos que precedem este publicado agora, que levantam a suspeita de que 90% dos tumores tenham causas ambientais e, ainda, que boa parte tenha erros genéticos natos ou durante a replicação de células, mudando totalmente o conceito difundido até pouco tempo.
Sabe-se hoje, também, que se deve atribuir à genética somente 10% de todos os cânceres.
Este trabalho questiona conceitos com análises preliminares e importantes, mas não consegue, de forma definitiva, provar que as causas ambientais não representam o maior fator de risco para câncer. Essa associação de fator ambiental com uma potencial predisposição para a doença ainda parece ter mais força, acima de um erro aleatório de replicação, que talvez não tenha impacto suficiente para ser fator decisivo de risco.
De qualquer forma, assumindo que os pesquisadores estejam corretos, temos uma oportunidade de reduzir o câncer em aproximadamente 30% dos casos, também atuando de modo mais assertivo em fatores ambientais como fumo, obesidade, e alimentação.
* ONCOLOGISTAS E FUNDADORES DO INSTITUTO VENCER O CÂNCER