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Anvisa autoriza testes de mais duas vacinas contra a covid-19 no Brasil

Imunizantes da Academia Chinesa de Ciências Médicas e da AstraZeneca obtiveram aval para a fase de testes clínicos. No total, mais de 10 mil voluntários serão recrutados em cidades brasileiras

Por Eduardo Simões
Atualização:

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou nesta quarta-feira, 14, que deu autorização para testes clínicos no Brasil de duas potenciais vacinas contra a covid-19, uma desenvolvida pelo Instituto de Biologia Médica da Academia Chinesa de Ciências Médicas e a segunda pela AstraZeneca, uma nova versão do imunizante da fabricante já aplicado no Brasil.

De acordo com nota do órgão regulador, o potencial imunizante desenvolvido na China usa a tecnologia de vacina inativada e os testes serão de fase 3, para avaliar eficácia, segurança e a imunogenicidade da vacina. A aplicação será feita em duas doses, com intervalo de 14 dias entre elas.

Aval para testes clínicos foi dado pela Anvisa nesta quarta-feira Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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Além do Brasil, o estudo será feito na China e em outros países, com 34.020 voluntários. No Brasil, serão 7.992 voluntários nos Estados de Goiás, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo.

Já a nova versão da vacina da AstraZeneca usa a tecnologia de vetor de adenovírus recombinante, a mesma da vacina feita pela farmacêutica com a Universidade de Oxford e que está sendo aplicada no Brasil. A potencial nova vacina é uma versão modificada do imunizante já existente para fornecer imunidade à variante do coronavírus originada na África do Sul, disse a Anvisa.

Os testes de fases 2 e 3 para determinar a segurança e a imunogenicidade da candidata à vacina serão feitos em dose única para pessoas que já receberam duas doses da vacina atual da AstraZeneca ou de outro imunizante que usa a tecnologia de RNA mensageiro.

Também será testada como imunizante de duas doses para quem ainda não se vacinou e como segunda dose para quem recebeu uma primeira dose da vacina atual. Esse estudo será realizado com 2.475 voluntários no Brasil, Reino Unido, África do Sul e Polônia sendo que, no Brasil, serão 800 voluntários nos Estados de Bahia, Distrito Federal, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e São Paulo, informou a Anvisa.

“Os participantes do ensaio são adultos de 18 anos de idade ou mais, soronegativos para o nucleocapsídeo SARS-CoV-2”, diz a AstraZeneca. “Cabe mencionar que os estudo serão randomizados para minimizar as diferenças de grupo em termos de idade, sexo e presença de comorbidades.”

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Nova candidata à vacina anticovid busca maior imunidade contra variante Beta

Em resposta ao Estadão, a Anvisa informou que a nova candidata à vacina contra a covid-19 da AstraZeneca (AZD1222) é uma versão modificada da que já está em uso no Brasil (AZD2816). O produto busca uma maior imunidade contra a variante Beta do SARS-CoV-2, identificada primeiramente na África do Sul.

Além de ser um novo componente, a Anvisa destaca que há três pontos em investigação no novo estudo:

  1. Uso em pessoas que já se submeteram a esquema completo de vacinação com duas doses;
  2. Uso como vacinação completa, aplicando duas doses da vacina em pessoas que não se vacinaram ainda;
  3. Uso heterólogo como segunda dose da AstraZeneca em pessoas que não foram vacinadas e que são soronegativas para covid-19. Será testado um esquema em que o voluntário tomará a primeira dose da AZD1222 e a segunda dose da AZD2816. 

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Segundo a Anvisa, este é o primeiro estudo heterólogo de vacina aprovado para o Brasil, ou seja, que envolve o uso de agentes diferentes em cada uma das etapas de vacinação.

Em nota, a AstraZeneca informou que nova vacina candidata, AZD2816, foi projetada utilizando plataforma de vetor de adenovírus recombinante da vacina AZD1222, com alterações genéticas na proteína spike (S) com base na variante Beta (B.1.351). “Tais modificações são mínimas e, nos demais aspectos, as duas vacinas são iguais”, diz.

A empresa reforça que, embora uma série de variantes tenham surgido, a variante Beta é de “particular preocupação, pois o número e o tipo de mutações são antigenicamente distintos.” /COLABOROU ÍTALO LO RE

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