Anvisa extermina insetos de navio com casos de malária

O Blue Lady veio da Monróvia, na Libéria, África, para pegar um carregamento de açúcar em Pernambuco

PUBLICIDADE

Por Angela Lacerda e da Agência Estado
Atualização:

Equipe da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) desinsetizou o navio Blue Lady, de bandeira turca, retido desde a noite da segunda-feira, 20, a cerca de seis quilômetros do Porto de Suape, no litoral pernambucano. O navio foi proibido de atracar devido à malária, constatada em oito dos seus 24 tripulantes. De acordo com a coordenadora da Anvisa em Pernambuco, Milca Adegas, não foi encontrado nenhum mosquito a bordo durante a busca de vetores (mosquitos e outros insetos) também realizada na embarcação. Ela disse que possíveis insetos escondidos não resistirão à desinsetização feita, que permanece ativo por cerca de um mês. O Blue Lady veio da Monróvia, na Libéria, África, para pegar um carregamento de açúcar. Na madrugada do dia 21, o maquinista do navio, Apler Mustafa Kemal, de 49 anos, que apresentava sintomas de um tipo grave da doença, que provoca degeneração rápida do fígado e rim, foi desembarcado e atendido no Hospital Jayme da Fonte, referência em malária no Estado. Embora ainda em estado grave, ele está reagindo bem ao tratamento, de acordo com a Anvisa. Não há previsão de alta. Os demais estão sendo tratados a bordo. Por precaução, a única mulher incluída no rol dos oito contaminados foi levada ao Hospital Jayme da Fonte para fazer teste de gravidez, uma vez que os medicamentos usados no combate à doença são abortivos. Milca Adegas afirmou que a tripulante, que viaja em companhia do marido, descartou possibilidade de gravidez. Se grávida, ela seria submetida a tratamento diferenciado. A tripulação permanecerá de quarentena, no navio, até a quarta-feira, 29, quando está prevista a realização de novos exames de sangue em todos os tripulantes. Se a doença não for mais detectada, a embarcação será liberada para atracar e ser carregada. Milca Adegas descarta o risco de a malária entrar ou se espalhar pelo Estado. Segundo ela, os bloqueios para as doenças transmitidas por vetores são eficientes, até pela habilidade desenvolvida pela Anvisa diante da freqüência destes bloqueios. Somente neste ano, foram registrados cerca de 50 casos de pessoas com a doença que foram "barradas" ao tentarem entrar no Estado.  O último caso de contaminação interna de malária em Pernambuco, de acordo com a Secretaria estadual de Saúde, ocorreu em 1999, no município de Cabrobó, no sertão. Uma pessoa foi contaminada por outra que portava a doença e havia chegado do Maranhão.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.