Anvisa proíbe esmaltes da Impala após analisar produtos

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Por Agencia Estado
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Em dezembro de 2003, uma consumidora procurou as autoridades para reclamar das reações alérgicas que teve ao usar um esmalte. Nesta semana, cerca de dois anos depois, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) elaborou uma portaria, que entrará em vigor assim que for publicada no Diário Oficial, na qual suspende a fabricação, distribuição, venda e uso no País dos esmaltes da Impala, entre eles a linha Xuxa e Angélica, produzida pelo laboratório Avamiller de Cosméticos. A suspensão, segundo a assessoria de imprensa da Anvisa, é justificada por problemas na fabricação dos produtos - falhas identificadas em laudo emitido pelo Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, da Fundação Oswaldo Cruz, e em vistoria feita na sede no fim do ano passado. A Impala afirma que ainda não foi notificada e que todos os seus produtos têm autorização da Anvisa. A empresa diz também que não recebeu os laudos que apontam os problemas nos esmaltes, para elaborar sua defesa. Assim que a portaria for publicada, o laboratório, para voltar a produzir mensalmente as cerca de 4 milhões de unidades do esmalte, terá de entrar com recurso e mostrar que as substâncias usadas e o processo de fabricação seguem as normas exigidas. A produtora cultural Luiza Rotbart, de 53 anos, afirma que teve inchaço das cutículas, mãos, rosto, ouvidos e olhos, além de bolhas vermelhas espalhadas por colo, pescoço e dedos, depois de usar um esmalte da linha Xuxa. Decidida a denunciar o problema, procurou a Vigilância Municipal de Guarulhos, sede da empresa, e a Vigilância Estadual. Em 2004, elas recolheram amostras de um lote dos esmaltes, que, enviados à análise, mostraram ser insatisfatórios por dois problemas: não havia data de fabricação no rótulo e apresentavam potencial moderado para provocar irritação cutânea. De acordo com a vigilância de Guarulhos, a empresa foi notificada, e os lotes daquela linha de esmaltes analisada foram interditados. Em dezembro do ano passado, uma nova vistoria foi feita no laboratório. Desta vez, segundo a Anvisa, foram encontrados problemas semelhantes com as substâncias usadas em todos os esmaltes da empresa, o que motivou a portaria. ?Eu quase morri, fui parar no pronto-socorro várias vezes, porque minha garganta fechou. E eu tive de procurar sozinha e insistir com os órgãos para que tomassem uma providência, o que está acontecendo somente agora. Um produto que tem substâncias corrosivas ficou todo esse tempo no mercado?, diz Luiza.

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