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Aplicativo permite usar peixe paulistinha para diagnosticar a covid-19

Proteína do novo coronavírus foi aplicada no animal, que gerou anticorpos passados para seus ovos durante o processo de reprodução e usados para fazer a fita diagnóstica

Por Agência FAPESP
Atualização:

Pesquisadores do Instituto de Ciências Biomédicas da Universidade de São Paulo (ICB-USP) desenvolveram uma metodologia que permite usar o zebrafish, mais conhecido como "peixe paulistinha", para gerar testes diagnósticos para o novo coronavírus cinco vezes mais baratos que os atuais.

O projeto, apoiadopela FAPESP e coordenado pelo pós-doutorando Ives Charlie da Silva, ficou na terceira colocação no Global Virtual Hackathon COVID-19, promovido pela empresa norte-americana Devpost.

Também chamado zebrafish ou peixe paulistinha, o peixe-zebra é observado há mais de 30 anos no mundo todo Foto: Divulgação

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O grupo concorreu com mais de 600 projetos de 40 países. O evento foi totalmente on-line e dedicado ao desenvolvimento de soluções para combater a covid-19. Hackathon é uma espécie de “maratona hacker” temática, que envolve pessoas de várias áreas do conhecimento e tem como objetivo solucionar um problema por meio do desenvolvimento de sistemas ou aplicativos.

A equipe do ICB-USP, composta por cientistas de várias áreas do conhecimento, criou uma fita diagnóstica com um QR code que, ao ser lido por um aplicativo, fornece rapidamente o resultado do teste.

Antes de criar o app, uma proteína do novo coronavírus foi aplicada no peixe. O animal gerou anticorpos que foram passados para seus ovos durante o processo de reprodução. Os anticorpos foram usados para fazer a fita diagnóstica.

Embrião de quadro dias de um peixe-zebra, também conhecido como "paulistinha", ampliado 10 vezes. Técnica: Microscopia confocal Foto: Oscar Ruiz, de Houston, Texas (Estados Unidos).

“Conseguimos com a professora Cristiane Carvalho , que trabalha em parceria com os pesquisadores Edison Durigon e Shaker Chuck Farah, diferentes fragmentos de uma proteína do novo coronavírus chamada spike. Nós a injetamos no zebrafish e isolamos os anticorpos dos ovos”, contou o pós-doutorando em entrevista ao Jornal da USP.

O teste está em fase de validação e a equipe trabalha para quantificar a concentração de anticorpos necessária para produção em escala global. 

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