PEQUIM - A China eliminou, depois de 20 anos, a proibição de entrada ao país de estrangeiros portadores do vírus HIV, a três dias da inauguração da Exposição Universal de Xangai, que deve receber cerca de cinco milhões de pessoas do exterior.
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Além disso, a partir de agora, também será permitido o acesso a pessoas com doenças sexualmente transmissíveis e lepra no país, informou nesta terça-feira, 28, a agência oficial de notícias chinesa Xinhua.
Segundo a decisão tomada ontem pelo Conselho de Estado (Executivo), "depois de adquirir um maior conhecimento sobre as infecções, o Governo compreendeu que esta proibição tem efeitos muito limitados na prevenção e no controle das doenças no país".
A proibição que houve até o momento gerou muitas polêmicas, a mais recente delas no caso de Robert Dessaix, de 66 anos e um dos escritores mais famosos da Austrália, que foi impedido de viajar à China em março por ser portador do HIV.
O Executivo chinês ressaltou que "a proibição também causava inconvenientes no país quando eram realizados eventos internacionais".
O porta-voz do Ministério da Saúde, Mao Qunan, disse que "as bases para levantar a proibição começaram há anos", que começou a ser defendida desde os Jogos Olímpicos de Pequim, mas levou alguns quantos anos para ser aprovada "por causa de procedimentos legislativos".
O veto de entrada aos portadores de HIV na China foi imposto nos anos 80, quando o Governo chinês considerava a AIDS um "mal estrangeiro", enquanto dezenas de milhares de seus cidadãos se contagiavam dentro do país por causa de negócios incontrolados de compra e venda de sangue.