15 de outubro de 2015 | 16h07
SOROCABA - Com suspeita de traumatismo craniano e passando mal, um idoso de 90 anos foi obrigado a esperar quatro horas pelo atendimento no Conjunto Hospitalar de Sorocaba, maior hospital público da região. Ele só foi examinado por um médico depois que a Polícia Militar esteve no hospital e ameaçou funcionários de prisão. Do tempo de espera, três horas foram do lado de fora do hospital, que se negava a receber o paciente porque não tinha sido feito o pedido de vaga.
De acordo com a neta Priscila Tomás de Souza, seu avô, o aposentado Eduardo Galhardo de Souza, caiu em casa e bateu a cabeça no chão. Ele sofreu um desmaio e começou a passar mal. Levado às pressas a uma unidade pré-hospitalar, foi examinado por um médico e transferido de ambulância para o pronto-socorro do Conjunto Hospitalar, referência em politraumatismo. Depois de horas de espera, funcionários devolveram a guia de internação à família, alegando não ter sido feito o pedido de vaga.
Indignados, os familiares entraram em contato com a prefeitura. O secretário de Governo, João Leandro Filho, foi pessoalmente ao hospital, mas nada conseguiu."Não houve nenhuma sensibilidade para atender esse idoso na cadeira de rodas. Não vi outra saída senão chamar a polícia", disse. O paciente foi atendido por volta das 23 horas. Os policiais registraram um boletim de ocorrência por omissão de socorro.
Na manhã desta quinta-feira, a neta informou que o avô passou por tomografia e não houve lesão no cérebro. Ele passa bem. A direção do Conjunto Hospitalar informou em nota que não houve o pedido de vaga pela prefeitura. "O CHS irá investigar o ocorrido e, se for constatada falha na regulação, os responsáveis serão punidos e o caso encaminhado ao Conselho Regional de Medicina", informou.
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