Autópsia não esclarece morte da francesa que pediu eutanásia

Professora que sofria de tumor nasal morreu 2 dias depois de ter negado na justiça seu pedido por eutanásia

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Por Efe
Atualização:

O procurador de Dijon, Jean-Pierre Alacchi, disse nesta sexta-feira, 21, que a autópsia realizada no corpo de Chantal Sébire, a francesa que tinha pedido a eutanásia aos tribunais da França e que apareceu morta em seu domicílio na última quarta-feira, 19, não permitiu encontrar a causa específica da morte. "Não há causas específicas que possam explicar a morte", disse o procurador em entrevista coletiva, ao término da autópsia preliminar.   Veja também: Francesa luta na Justiça por direito de eutanásia   Alacchi acrescentou que "por enquanto, não pode ser descartada" nenhuma hipótese. O procurador disse que o corpo não apresentava sinais de hemorragia, e que não sofreu um enfarte nem uma hemorragia cerebral que pudessem explicar a morte, e o foco agora é em análises toxicológicas de substâncias encontradas no corpo de Sébire.   "Por isso, pedimos uma análise toxicológica (dessas substâncias), que levará várias semanas. Vamos tentar quantificá-las e comprovar se podem estar na origem de sua morte, algo que não podemos afirmar, por enquanto", disse. O procurador considerou "normal" que tenham sido encontradas substâncias no corpo da francesa, já que a paciente tomava muitos remédios, e disse que os exames, que podem durar várias semanas, tentarão determinar a natureza desses produtos.   Sem descartar a morte natural da francesa, o Alacchi disse que "o tumor que sofria a consumia e a debilitava, mas não é impossível que, em seu estado, pudesse ter vivido alguns dias e inclusive algumas semanas."   Sébire, uma professora de 52 anos, tinha um tumor nasal que provocava muitas dores e a tinha deixado cega, e apareceu morta em seu domicílio na quarta-feira, dois dias depois de a Justiça negar seu pedido para uma eutanásia ativa. Contrariando a vontade dos parentes de Sébire, o procurador ordenou a realização da autópsia, depois que o médico que certificou sua morte se negou a assinar o atestado de óbito.   "A Justiça deve saber se sua morte foi natural ou se alguém ajudou-a a colocar fim a seus dias", disse o procurador. O advogado da paciente, Gilles Antonowicz, considerou "vergonhoso" a realização da autópsia do cadáver, e tinha pedido "respeito à falecida e sua família."  

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