Bairros com áreas verdes podem reduzir obesidade, diz estudo

Pesquisadores compararam mudanças de peso de 3,8 mil jovens entre três e 16 anos ao longo de dois anos

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Por Redação
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Viver em bairros com muitas áreas verdes pode reduzir o risco de crianças e jovens desenvolverem sobrepeso e obesidade, diz um estudo realizado por três universidades americanas publicada nesta terça-feira, 28, na revista American Journal of Preventive Medicine.   Os pesquisadores usaram as informações registradas nos serviços de atendimento primário de saúde de Indianápolis (EUA) e compararam as mudanças de peso de 3,8 mil crianças e jovens entre três e 16 anos ao longo de dois anos em relação às áreas cobertas de vegetação em seus bairros, medidas graças a imagens de satélite.   Desta forma, comprovaram que os que vivem em bairros urbanos com muitas áreas verdes sofreram menos mudanças em seu índice de massa corporal neste período de tempo.   Os autores dizem que ter um parque, uma praça ou qualquer outro lugar aberto próximo de casa promove a brincadeira e a atividade física, o que em outras regiões da cidade se restringe à rua.   No entanto, há outras razões possíveis que precisam ser comprovadas, como os hábitos alimentares dos jovens, diz o doutor Nick Wareham, do Instituto de Ciências Metabólicas, em Cambridge (Reino Unido), em outro artigo na mesma revista.   A vida sedentária e os hábitos alimentares nos países desenvolvidos - e agora também nos emergentes - geraram elevadas taxas de sobrepeso e obesidade entre a população.   Este é um problema especialmente grave quando acontece na infância e na adolescência. Ser obeso tão jovem pode levar ao aparecimento de doenças mais comuns em pessoas mais velhas, como a diabetes tipo 2 ou a hipertensão.   Além disso, os jovens obesos tendem a continuar neste estado na idade adulta, com o conseqüente risco de sofrerem enfartes e apoplexias.   Os benefícios de viver rodeado por espaços verdes não se limitam ao peso.   A doutora Janice F. Bell, da Universidade de Washington, em Seattle (EUA), e co-autora do estudo, diz que pesquisas anteriores provaram que entre crianças e jovens os efeitos positivos sobre a saúde incluem uma melhor função cognitiva e uma redução dos sintomas do transtorno por falta de atenção.   Bell afirma que seria ideal a participação de urbanistas, arquitetos, geógrafos, psicólogos e especialistas em saúde pública nas futuras pesquisas neste campo. Também diz que deve ser levado em conta como a população mais jovem vive e brinca nos locais urbanos.

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