Boato de infecção proposital por Ebola causa protesto na Guiné

Manifestantes realizaram disparos contra equipes de saúde após suspeita de que o vírus estaria sendo espalhado intencionalmente

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Por Redação
Atualização:

NZEREKORE - Rumores de que equipes de saúde teriam infectado pessoas de forma proposital com o vírus Ebola levaram a manifestações na segunda maior cidade da Guiné, Nzerekore. Forças de segurança foram chamadas para conter o protesto e retomar a ordem no local.

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Um grupo de jovens portando pistolas e paus montaram barricadas ao longo da cidade na quinta-feira, 28, e ameaçaram atacar um hospital. Tiros foram disparados pelos manifestantes e diversas pessoas ficaram feridas, informou o presidente da Cruz Vermelha na Guiné, Youssouf Traore. 

"Um rumor, que era totalmente falso, se espalhou de que nós estávamos transmitindo o vírus para a população local", disse Traore. Equipes da Cruz Vermelha tiveram de se retirar da área e procurar abrigo em campos militares, levando seus equipamentos médicos. Desde o início da epidemia da doença, 400 pessoas morreram na Guiné.

Um homem contratado pela comunidade usa produtos químicos para tentar evitar a propagação do vírus Ebola, em Monróvia, capital da Libéria Foto: Abbas Dulleh/AP

Apelo. Países da África Ocidental, os mais afetados pelo vírus Ebola, pediram a companhias aéreas que retomem suas operações às regiões afetadas pela doença. Na visão dos africanos, a suspensão de voos provocou consequências econômicas e sociais negativas. A retomada do trabalho permitiria o abastecimento de produtos médicos para o tratamento contra a epidemia. 

A Organização Mundial da Saúde (OMS), no entanto, reiterou a importância da vigilância em fronteiras para o combate ao vírus, que já deixou 3.069 infectados em Serra Leoa, Guiné, Libéria e Nigéria. Companhias aéreas como a British Airways, a Kenya Airways e a Air France suspenderam total ou parcialmente voos para os países com registro de casos da doença.

Autoridades de saúde dos países também pediram apoio financeiro para investigação científica, assim como corredores humanitários e econômicos para a população afetada./EFE E REUTEURS

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