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Bolsonaro diz que Pazuello deixa Ministério da Saúde nesta sexta-feira

Em transmissão pelas redes sociais, presidente disse que o novo titular da pasta, Marcelo Queiroga, tomará posse na próxima semana

Por Emilly Behnke , Daniel Galvão e Nicholas Shores
Atualização:

SÃO PAULO e BRASÍLIA – O presidente Jair Bolsonaro indicou, em transmissão ao vivo nas redes sociais nesta quinta-feira (18), que a exoneração de Eduardo Pazuello do cargo de ministro da Saúde será publicada na edição de amanhã (19) do Diário Oficial da União. Bolsonaro cumprimentou o general do Exército por ter feito o que ele classificou como “um brilhante trabalho” no combate à pandemia. O novo titular da Saúde, Marcelo Queiroga, tomará posse na próxima semana.

Sob a alegação de que Pazuello fez contratos com fabricantes de vacinas “desde o ano passado”, Bolsonaro tentou rebater críticas de que houve demora do governo federal na compra dos imunizantes. Afirmou que o ministro trabalhou pela edição de uma medida provisória para liberar crédito extraordinário de R$ 20 bilhões, destinado à compra de imunizantes.

Marcelo Queiroga assume o Ministério da Saúde no lugar deEduardo Pazuello, à direita Foto: Dida Sampaio/Estadão

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Sem mencionar a aproximação, cada vez mais acelerada, da contagem da marca de 300 mil mortes por coronavírus no País nem as mais de 2 mil vidas perdidas diariamente nesta semana,Bolsonaro insistiu que o Brasil seria um dos países que “melhor faz seu papel” no combate à pandemia.

Ainda sobre as ações de Pazuello à frente da Saúde, o presidente citou o envio de 86 cilindros de oxigênio para o Acre, mas não fez qualquer comentário sobre as suspeitas de omissão do ministério no colapso do fornecimento do gás envasado a Manaus (AM) em janeiro, pelas quais o general do Exército é investigado pela Procuradoria-Geral da República.

Bolsonaro também usou a live para fazer, mais uma vez, a defesa do que agora passou a chamar de “tratamento inicial” da doença – antes, dizia “tratamento precoce” –, que consiste na recomendação de remédios sem eficácia comprovada a pacientes de covid-19.

“O AZT, na época, também não estava comprovado cientificamente. Então, não vamos simplesmente remar contra, falar mal”, disse Bolsonaro, em alusão ao medicamento usado para tratar Aids. “(Quando me chamam de) Capitão Cloroquina, estão pensando que estão me ofendendo, é? Vocês vão ter o “Capitão Corrupção”, pelo que tudo indica, concorrendo em 22. Aquele velho barbudo, capitão corrupção. Vocês sabem de quem eu estou falando. Vocês estão felizes com esse cara”, completou ele, numa referência ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No último dia 8, oministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin anulou todas as condenações de Lula relacionadas às investigações da Lava Jato e o tornou elegível.

Durante a live, Bolsonaro admitiu que, no início deste mês, o sargento lotado em seu gabinete pessoal, no Palácio do Planalto, morreu em decorrência do novo coronavírus. Recentemente, porém, o presidente afirmou que não havia casos com gravidade no Palácio do Planalto. “Desconheço que uma só pessoa deste prédio tenha ido ao hospital para se internar” , disse ele há poucos dias.

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Bolsonaro comentou na live que, se fosse autorizado a conversar com a família de seu auxiliar,perguntaria aos parentes se ele havia feito uso do“tratamento inicial” contra covid-19.

Ainda em defesa da própria gestão à frente da crise sanitária, o presidente repetiu que o governo federal liberou R$ 77 milhões para habilitar 1,6 mil leitos de UTI no Estado de São Paulo e R$ 188 milhões para leitos de terapia intensiva em outras unidades federativas.

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