Bolsonaro se exalta ao comentar pressão da Anvisa por restrições a voos

'De novo vai começar esse negócio?', afirmou o presidente em tom elevado; governo cancelou reunião com a agência sanitária para tratar sobre o passaporte da vacina

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Foto do author Eduardo Gayer
Foto do author Eduardo Rodrigues
Por Eduardo Gayer e Eduardo Rodrigues
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente Jair Bolsonaro se exaltou nesta terça-feira, 7, ao comentar a pressão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) por mais restrições nas fronteiras para conter a variante Ômicron do coronavírus. “Estamos trabalhando com a Anvisa, que quer fechar o espaço aéreo. De novo, p…? De novo vai começar esse negócio?”, afirmou, em tom elevado, durante evento da Confederação Nacional da Indústria (CNI) com empresários do setor.

Como mostrou o Estadão/Broadcast, o governo cancelou a reunião que faria nesta segunda-feira, 6, com a Anvisa para discutir eventual adoção do chamado passaporte da vacina para entrar no País e, ainda, possível fechamento das fronteiras aéreas com mais quatro países africanos. O endurecimento das medidas sanitárias esbarra na resistência do próprio Bolsonaro. 

Presidente Jair Bolsonaro durante cerimônia no Palácio do Planalto no dia 24 de novembro de 2021. Questionado sobre restrições nas fronteiras do Brasil, presidente se irritou Foto: Ueslei Marcelino/Reuters

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“Ah, a Ômicron. Vai ter um montão de vírus pela frente, um montão de variante pela frente, talvez. Peço a Deus que esteja errado”, declarou o presidente. “Ninguém vai ganhar guerra dentro da trincheira, superar problemas do Brasil dentro de casa”, acrescentou. 

Em seguida, Bolsonaro fez nova defesa do chamado tratamento precoce contra a covid-19, que não tem comprovação científica. “Tem a imunidade de rebanho que está aí, estamos chegando ao final da pandemia”, avaliou o chefe do Executivo, enquanto o mundo discute o potencial efeito da chegada da nova cepa. 

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