SÃO PAULO -
Se você quer estar cercado por fêmeas em uma multidão, vale a pena ficar frio, pelo menos se você for uma borboleta. Em um exemplo de inversão de papéis sexuais, as fêmeas cortejavam ativamente os machos depois de serem expostas a temperaturas frias e ambientes secos quando lagartas, descobriram pesquisadores da Universidade de Yale. A pesquisa foi apresentada na última edição da revista
Science
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Se criadas em temperaturas quentes e ambientes úmidos quando larvas, os machos tomam seu papel tradicional de cortejador, mostrando suas asas coloridas para que as fêmeas façam suas escolhas.
"O comportamento nessas borboletas muda de acordo com a temperatura que se apresenta durante seu desenvolvimento", disse Kathleen L. Prudic, coautora do trabalho.
As fêmeas que crescem em um período mais frio e cortejam ativamente os machos irão viver vidas mais longas uma vez que elas acasalam, diferentemente das borboletas de tempo quente, que estarão passivamente buscando parceiros.
A pesquisa começou quando Prudic e Antonia Monteiro, professora de ecologia e biologia evolucionária, se perguntaram porque algumas borboletas fêmeas tinham bonitos ornamentos em suas asas, assim como os machos. Na maior parte das espécies os machos têm ornamentos elaborados e coloridos para atrair parceiras enquanto as fêmeas, que fazem a seleção, apresentam cores menos interessantes.
Os pesquisadores teorizaram que talvez o comportamento de corte pudesse mudar em condições ambientais diferentes. Eles testaram o comportamento de borboletas criadas a 27ºC e a 17ºC.