PUBLICIDADE

Brasil ajudará Moçambique a produzir genéricos contra aids

Governo brasileiro doará R$ 13 milhões para a construção de um laboratório e capacitação de técnicos

Por Agência Brasil
Atualização:

O ministro da Saúde, José Gomes Temporão, anunciou nesta terça-feira, 1, uma parceria entre o Brasil e Moçambique para a produção de medicamentos genéricos que auxiliem na luta contra a aids. A doação de R$ 13 milhões já foi aprovada pelo Senado Federal e o dinheiro vai servir para a construção de um laboratório no país africano, para a compra de equipamentos e a capacitação de técnicos.

 

Veja também:

 

PUBLICIDADE

"Para que eles possam produzir lá genéricos que tratam de um problema de saúde pública muito grave. Vamos colocar tecnologia brasileira desenvolvida na Fundação Oswaldo Cruz [Fiocruz]", disse o ministro, após participar do lançamento da campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids.

 

Sobre a pesquisa divulgada nesta terça-feira pela pasta, ele avaliou que os resultados são uma mostra do antagonismo vivido pela sociedade brasileira. O balanço indica que os soropositivos que vivem no país sofrem mais de problemas sociais e psicológicos do que com a ação do HIV no organismo.

 

Temporão lembrou que ainda há quem acredite que as pessoas com aids representam perigo e devem ficar isoladas. Dados do próprio ministério revelam que 22,5% da população brasileira acreditam que não se deve comprar frutas e legumes em locais onde trabalham soropositivos, enquanto 19% defendem que, caso um membro da família seja infectado pelo HIV, deve ser tratado fora de casa.

 

O ministro acredita que o problema no país não é mais a falta de informação, já que mais de 90% dos brasileiros sabem que a aids é uma doença com transmissão sexual e cerca de 80% sabem que não se pega o vírus dividindo um banheiro ou até mesmo talheres.

 

"O Brasil é o primeiro país em desenvolvimento a oferecer tratamento de forma universal, mas precisamos amadurecer como sociedade. O preconceito só acaba com informação, coragem e atitude", destacou.

Publicidade

 

Para o estudante Samir Caetano Amir, portador do HIV há cinco anos, a maior dificuldade enfrentada por quem vive com a doença ainda é o preconceito, no caso dele, vindo de amigos e parentes. Amir participou da campanha contra a aids deste ano, por meio de vídeos e fotos.

 

"Fico feliz que a campanha deste ano seja diretamente contra o preconceito. As pessoas que vivem com aids e com quem convivo são muito empobrecidas. Que elas possam ter um pouco mais de esperança e acreditar que a visão do outro pode ser transformada."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.