19 de outubro de 2011 | 17h20
Rio de Janeiro - O Brasil vai dobrar a produção de benzonidazol, remédio contra a doença de Chagas, e prevê entregar aos organismos de cooperação 3,425 milhões de comprimidos até o final do ano, anunciou nesta quarta-feira, 19, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.
Os remédios atenderão pacientes da Argentina, Bolívia, Colômbia, Paraguai, Venezuela e Uruguai, segundo informou o ministro.
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A solicitação de aumento da produção partiu da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e da Organização Mundial da Saúde (OMS), que detectaram um aumento da demanda na ordem de 113%.
"Vamos responder a toda demanda solicitada pela OPAS e pela OMS. Assumimos o compromisso e vamos fazer a entrega imediata de 225 mil comprimidos para os Médicos sem Fronteiras", disse Padilha em entrevista coletiva no Rio de Janeiro, ao lado da diretora geral da OMS, Margaret Chan.
O resto da produção, cerca de 3,2 milhões de comprimidos, será entregue às organizações internacionais até o final de dezembro.
O Brasil é o único produtor de remédios contra a doença de Chagas, cuja fabricação desde 2008 está a cargo do laboratório público Lafepe após adquirir as reservas e matérias-primas da Roche, que parou de produzi-lo.
O Mal de Chagas é uma doença parasitária tropical presente principalmente na América Latina e tem como vetores de transmissão insetos como o barbeiro.
A doença, que pode provocar insuficiência cardíaca e transtornos do sistema digestivo, mata 14 mil pessoas por ano e pode ter infectado cerca de oito milhões de pessoas nos 21 países endêmicos.
O anúncio do incremento da produção do remédio foi feito durante a abertura da Conferência Mundial sobre os Determinantes Sociais da Saúde, organizada pela OMS, que começa hoje e reúne autoridades sanitárias de 120 países até a próxima sexta-feira no Rio de Janeiro.
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