Brasil e países dos Brics propõem plano de combate à tuberculose

Juntas, as cinco nações concentram metade dos casos da doença no mundo e, até março, divulgarão medidas para enfrentá-la

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Por Ligia Formenti
Atualização:

Atualizada às 21h14
BRASÍLIA - Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul assinaram nesta sexta-feira, 5, um compromisso para a construção do Plano de Enfrentamento da Tuberculose. Até março, representantes desses países devem detalhar a forma como vão conduzir a estratégia, que prevê a oferta universal de medicamentos e diagnóstico rápido para pacientes, conforme ficou estabelecido ao final da 4.ª Reunião de Ministros da Saúde do BRICS.
Juntos, os cinco países do bloco concentram 50% dos casos de tuberculose do mundo. “É um momento histórico. O primeiro passo para a redução significativa do número de casos da doença”, disse o ministro da Saúde do Brasil, Arthur Chioro, ao final do encontro, realizado em Brasília.

Arthur Chioro, Ministro da Saúde, defende a criação de um fundo contra a tuberculose Foto: Dida Sampaio/Estadão

Os compromissos assumidos durante a reunião foram incluídos em um comunicado, divulgado por Chioro. “O documento reflete a preocupação dos cinco países com a saúde global. A possibilidade de garantirmos o fornecimento gratuito de medicamentos de primeira linha contra a tuberculose é um marco, e demonstra nosso compromisso, o fomento ao desenvolvimento tecnológico, e respaldo às iniciativas multilaterais de saúde”, afirmou.
Fundo. Chioro disse ainda que um fundo para o enfrentamento da tuberculose deverá ser criado. A participação do Brasil não foi definida. 
A incidência de casos no País caiu de 44,4 por 100 mil habitantes, em 2003, para 35 por 100 mil em 2013. O ministro não descartou a possibilidade de o País contribuir com o fornecimento de medicamentos e de testes rápidos. A meta é atingir 90% dos grupos vulneráveis para tuberculose, que 90% dos pacientes sejam diagnosticados e 90% das pessoas sejam tratadas com sucesso.
Além de discutir o plano de tuberculose, o grupo debateu estratégias para melhorar a qualidade de vida de pacientes com HIV-Aids e para reduzir o risco de doenças relacionadas a doenças não transmissíveis e a prevenção da obesidade. 
O Ebola também esteve na pauta das reuniões. O grupo aprovou a criação de uma equipe de trabalho para desenvolver um plano conjunto de enfrentamento da doença.

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