
16 de março de 2020 | 18h11
BRASÍLIA - O Ministério da Saúde estuda a ampliação do número de análises para diagnóstico de novo coronavírus no Brasil, com a importação de testes rápidos. Por enquanto, a pasta informa que seguirá priorizando a análise de pacientes com potencial de desenvolver quadro grave em locais que já apresentam transmissão comunitária do vírus.
A OMS recomendou nesta segunda-feira, 16, que sejam ampliados os números de testes e isoladas as pessoas consideradas suspeitas. Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, o governo ainda estuda internamente a recomendação.
O secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson Oliveira, disse que a recomendação da OMS é "complexa", pois a própria organização havia recomendado testar apenas os 100 primeiros casos e, depois, focar em grupos de risco.
Segundo Oliveira, o Brasil vai manter a política de testar casos graves, internados, em locais com transmissão comunitária. E testar e isolar pessoas com febre e outro sintoma de gripe onde não houver transmissão disseminada da doença.
"Quando assumo que vírus está circulando na minha comunidade, já não interessa saber a totalidade dos casos. Por isso mudamos a vigilância de casos individualizados para monitoramento de casos graves", disse Oliveira.
O secretário de Vigilância em Saúde ressaltou ainda que o número de testes é limitado. "Hoje, se procurar na iniciativa privada, não há insumos suficientes. Me estranha muito a OMS recomendar desta maneira, uma vez que insumos são insuficientes para testar todo mundo. Vamos testar todos os casos sintomáticos. Os próprios laboratórios privados estão tomando essa decisão", disse.
Governo avalia convocar estudantes da área de saúde e aposentados para atuar no surto de novo coronavírus. Segundo o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo, a ideia é que estudantes do último ano da graduação possam atuar em atividades de apoio na assistência à saúde.
"O que estamos fazendo é tentando ter maior número de profissionais, porque nós vamos precisar. Vamos chamar também os já aposentados", disse Gabbardo.
Segundo o secretário, a partir de pandemias anteriores, o governo trabalha com porcentual de que até 40% dos profissionais de saúde podem se afastar do serviço durante o surto por infecção. "Mesmo com sintomas leves, esse profissionais têm de ser retirado da linha de frente", disse.
O governo deve chamar médicos cubanos para enfrentar a doença apenas após a seleção de brasileiros. A seleção dependerá da aprovação de documentos por uma análise que será feita pelo CFM.
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