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Varíola dos macacos: morte no Brasil pode ser a 1ª fora da África do surto atual, mostra OMS

Boletim mais recente da Organização Mundial de Saúde aponta cinco mortes, todas em países onde a doença é considerada endêmica; óbito de brasileiro foi confirmada nesta sexta

Foto do author Leon Ferrari
Por Leon Ferrari
Atualização:

A morte de um brasileiro por varíola dos macacos confirmada nesta sexta-feira, 29, pode ser a primeira fora da África no surto atual, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). O balanço mais recente informa três mortes na Nigéria e duas na República Centro-Africana. A doença é considerada endêmica (convive com a população de forma contínua) na África Central e Ocidental - regiões onde estão localizados os dois países. 

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A Espanha também relatou sua primeira morte relacionada à monkeypox nesta sexta, conforme a agência britânica de notícias Reuters.

O boletim da OMS divulgado na segunda, 25, confere dados até dia 22 de julho. Em discurso, na terça-feira, 27, o diretor-geral, Tedros Adhanom, citou as mesmas cinco mortes, quando atualizou o número de casos mais de 18 mil - o balanço informava pouco mais de 16 mil. 

Segundo estimativa da OMS, 98% dos casos de varíola dos macacos confirmados no mundo são entre "homens que se relacionam com homens"; na foto, rapaz espera na fila de imunização contra a monkeypox em Nova York Foto: Eduardo Munoz/REUTERS - 15/07/2022

O paciente brasileiro de 41 anos evoluiu para óbito na quinta, 28, e teve a morte confirmada pelo Ministério da Saúde nesta sexta. Residente de Belo Horizonte, em Minas Gerais, ele tinha “imunidade baixa” e “comorbidades” - que incluíam câncer (linfoma) -, de acordo com a pasta. 

“Ficou hospitalizado em hospital público em Belo Horizonte, sendo depois direcionado ao CTI (Centro de Terapia Intensiva). A causa de óbito foi choque séptico (infecção generalizada), agravado pela monkeypox”, informou, em nota.

Para especialistas, o avanço da doença reforça a importância de serem redobrados os cuidados com imunossuprimidos, crianças, grávidas e idosos, grupos mais vulneráveis ao agravamento dos quadros. Medidas de higiene como lavar as mãos e evitar o compartilhamento de objetos ajudam a prevenir o contágio. 

Conforme a Organização Mundial da Saúde (OMS), casos graves, anteriormente, ocorreram mais entre crianças, jovens adultos e indivíduos imunocomprometidos, e estiveram relacionados à extensão da exposição ao vírus, estado de saúde do paciente e natureza das complicações". A monkeypox é geralmente uma "doença autolimitada", com sintomas que duram de 2 a 4 semanas 

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A taxa de letalidade, de acordo com o órgão de saúde internacional, variou historicamente de 0% a 11%."Nos últimos tempos, a taxa de mortalidade de casos foi de cerca de 3 a 6%", pontua.

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