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Brasil registra 917 mortes por covid-19 em 24 h e tem 286 mil novos casos, maior número da pandemia

Este é o maior número de casos positivos por covid-19 já registrado no País nos dois anos de pandemia. Média de mortes continua em alta e chega a 689, pior marca desde 26 de agosto

Por Luiz Henrique Gomes
Atualização:

O Brasil registrou 917 novas mortes pela covid-19 e 286.050 novos casos da doença nesta quinta-feira, 3. É a maior marca de novos casos já registrada no País durante os dois anos da pandemia. Já a média semanal de óbitos, que elimina distorções entre dias úteis e fim de semana, ficou em 689, a pior marca desde o dia 26 de agosto

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A média móvel de casos voltou a aumentar depois de dois dias de queda e é de 188.116, a segunda pior marca registrada. O maior número foi registrado na segunda-feira, 31, com a média de 188.451.

Com o avanço da Ômicron, a média móvel de mortes continua a aumentar. A última vez que houve uma queda foi no dia 11 de janeiro, quando passou de 128 para 122. Desde então, ela cresceu 467%.

No total, o Brasil tem 629.995 mortos e 26.099.735 casos da doença. Os dados diários do Brasil são do consórcio de veículos de imprensa formado por Estadão, G1, O Globo, Extra, Folha e UOL em parceria com 27 secretarias estaduais de Saúde, em balanço divulgado às 20h.

Os Estados que mais registraram mortes nas últimas 24 horas foram São Paulo (349), Minas Gerais (135)Rio de Janeiro (56).

A explosão de casos é vista como efeito da Ômicron, apontada desde que foi detectada, em novembro, como mais transmissível. Especialistas afirmam que esse fator se alia ao relaxamento das medidas de distanciamento social em todo o País. 

Apesar de considerada menos letal, a variante Ômicron do coronavírus fez a média móvel de mortes pela doença aumentar 566% no último mês, saltando de 98 para 653 óbitos diários nesta quarta-feira, 2. Essa quantidade permanece distante dos registrados no primeiro semestre de 2021, quando o País chegou a ter 4 mil mortes diárias e uma média móvel de 3.125 óbitos.

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Mesmo com 70% da população brasileira imunizada com duas doses ou a vacina de aplicação única, o contágio alto da cepa aumentou as internações. Gestores de saúde afirmam que a maioria dos quadros graves são de idosos, pessoas com comorbidades e não vacinados.

Familiares participam de enterro de vítima da covid-19, em São Paulo. Número de mortes pela doença continua alto Foto: Tiago Queiroz/ Estadão

Em números proporcionais, a letalidade da covid-19 diminuiu - ou seja, hoje há mais pessoas se infectando do que no ano passado e menos morrendo. Entretanto, infectologistas alertam para o fato de o número de casos ser muito grande e, portanto, a proporção de mortes poder gerar uma quantidade absoluta de vítimas alta.

Segundo a Fiocruz, nove dos 27 Estados brasileiros estão com ocupação de leitos de UTI superior a 80% por causa do número de internados com covid-19. São eles: Piauí (87%), Rio Grande do Norte (86%), Pernambuco (88%), Espírito Santo (83%), Mato Grosso do Sul (103%), Goiás (91%), Distrito Federal (97%), Amazonas (80%) e Mato Grosso (91%).

Outros nove Estados estão com o nível de ocupação de leitos considerado intermediário pela Fiocruz (entre 60% e 79% de ocupação). O restante está abaixo desta faixa.

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Os pesquisadores do Observatório da Fiocruz chamam a atenção para o crescimento das taxas de ocupação de maneira significativa nos Estados. Algumas capitais, porém, apresentam mais estabilidade ou mesmo queda. Para os pesquisadores, isso parece indicar a interiorização da variante Ômicron. 

“Insistimos que é fundamental empreender esforços para avançar na vacinação, incluindo-se a exigência do passaporte vacinal”, diz o documento do Observatório Covid-19 Fiocruz. “É também fundamental controlar a disseminação da covid-19, com maior rigor na obrigatoriedade de uso de máscaras em locais públicos, e campanhas para orientar a população sobre o autoisolamento ao apresentarem sintomas, evitando a transmissão intradomiciliar entre outras.”

O balanço de óbitos e casos é resultado da parceria entre os seis meios de comunicação que passaram a trabalhar, desde o dia 8 de junho de 2020, de forma colaborativa para reunir as informações necessárias nos 26 Estados e no Distrito Federal. A iniciativa inédita é uma resposta à decisão do governo Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia, mas foi mantida após os registros governamentais continuarem a ser divulgados.

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