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Brasil tem 432 mortes e mais de 10 mil casos confirmados de coronavírus

Nº de óbitos aumentou em 73 nas últimas 24 horas; escassez de UTIs e insumos preocupa autoridades de saúde

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Por André Borges
Atualização:

BRASÍLIA - O Brasil ultrapassou a marca de 10 mil infectados pela covid-19 e registra 432 mortos pela doença, segundo boletim do Ministério da Saúde divulgado na tarde deste sábado, 4. A taxa de mortalidade é de 4,2%. Foram 73 óbitos e 1.222 novos casos registrados nas últimas 24 horas em todo o País – é o recorde de mortes em um dia até agora. 

Nos próximos dias, os números devem crescer rapidamente, por causa da maior quantidade de testes para o novo coronavírus que estão sendo realizados pelos Estados. O governo federal prometeu a compra de 22,9 milhões de exames do tipo, mas esbarra em dificuldades de produção dos laboratórios públicos e também na disputa pelo produto no mercado internacional. Pesquisas já estimaram que o Brasil tem nove casos não notificados para cada registro.

Sepultamento de idoso com suspeita de coronavírus Foto: Wilton Junior/ Estadão

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São Paulo continua a ter o maior número de vítimas, com 4.466 contaminados e 260 mortos.  O Rio registra 1.246 contaminações e 58 mortos. Ceará tem 22 mortos e 730 casos. Só os Estados do Mato Grosso e do Acre não registram óbitos no País.

O Sudeste concentra 61,2% de todos os casos, com 6.295 infectados. O Nordeste tem 1.642 casos (16%), seguido pelas regiões Sul, com 1.139 casos (11,1%), Centro-Oeste (675 casos e 6,6%) e Norte, 527 casos (5,1%). Embora o Norte seja a menos atingido, chama a atenção a evolução de casos no Amazonas, Estado que tem 311 casos confirmados e registra 12 mortos.

O ministério tem mantido a orientação de isolamento social, como determinados pelos Estados. O ministro Luiz Henrique Mandetta tem insistido que a população siga as orientações locais, em detrimento do que afirma o presidente Jair Bolsonaro, que fala em temor de colapso econômico e pede reabertura do comércio e volta das pessoas às ruas. 

Toda a preocupação do governo, neste momento, está centrada em formas de prestar atendimento à população. A precariedade e a falta de suprimentos, leitos e itens de segurança é generalizada em todo o País. Documento elaborado pela Secretaria de Vigilância em Saúde afirma que a capacidade laboratorial do Brasil ainda é insuficiente para dar resposta a essa fase da epidemia.

A Rede Nacional de Laboratório é semi-automatizada, composta pelos 27 Laboratórios Centrais de Saúde Pública (LACENs), Instituto Evandro Chagas, do Pará, e todas as unidades da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Juntos, esses equipamentos, são capazes de processar, no máximo, aproximadamente 6,7 mil testes por dia.

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Para o momento mais crítico da emergência, será necessária ampliação para realizar de 30 mil a 50 mil testes de RT-PCR, que é o tipo de exame mais confiável. O ministério alerta que "não há escala de produção nos principais fornecedores para suprimento de kits laboratoriais para pronta entrega nos próximos 15 dias". Além disso, afirma que há carência de profissionais de saúde capacitados para manejo de equipamentos de ventilação mecânica, fisioterapia respiratória e cuidados avançados de enfermagem para lidar com pacientes graves de Covid-19.

Outro ponto frágil são os locais de atendimento a casos críticos. "Os leitos de UTI e de internação não estão devidamente estruturados e nem em número suficiente para a fase mais aguda da epidemia", afirma o relatório.

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