BRASÍLIA - O Brasil registrou hoje, em atualização da plataforma do Ministério da Saúde, 3.417 casos confirmados do novo coronavírus. O número corresponde a 502 novas confirmações em relação à última atualização de ontem dos dados da pandemia no País. As mortes pela covid-19 chegam a 92, com aumento de 15 casos em relação a ontem. O índice de letalidade está em 2,7%. O horário de fechamento dos números foi às 15h desta sexta-feira.
O País tem infectados em todas as regiões e Estados. As unidades da federação mais afetadas pela doença são São Paulo (1.223), Rio de Janeiro(493), Ceará (282) e o Distrito Federal (230).
Confira a distribuição dos casos
Por região:
Norte: 145 (4%)
Nordeste: 539 (16%)
Centro-Oeste: 318 (9%)
Sudeste: 1.952 (57%)
Sul: 463 (14%)Por Estado:
Acre: 25
Alagoas: 11
Amapá: 2
Amazonas: 81
Bahia: 115
Ceará: 282
Distrito Federal: 230
Espírito Santo: 47
Goiás: 49
Maranhão: 13
Mato Grosso: 11
Mato Grosso do Sul: 28
Minas Gerais: 189
Paraná: 119
Paraíba: 9
Pará: 13
Pernambuco: 56
Piauí: 9
Rio Grande do Norte: 28
Rio Grande do Sul: 195
Rio de Janeiro: 493
Rondônia: 6
Roraima: 10
Santa Catarina: 149
Sergipe: 16
São Paulo: 1.223
Tocantins: 8
Enquanto a pandemia avança no país e Estados adotam medidas de quarentena, o governo federal lançou uma campanha publicitária chamada "O Brasil não pode parar" para defender a flexibilização do isolamento social. A iniciativa é parte da estratégia montada pelo Palácio do Planalto para reforçar a narrativa do governo em relação à crise envolvendo novo coronavírus, e divulga também medidas que o presidente Jair Bolsonaro considera necessárias para a retomada econômica. A medida vai contra recomendações médicas, do Ministério da Saúde e da Organização Mundial da Saúde no combate à propagação da covid-19. Especialistas apontam que a quarentena é uma das formas mais eficazes de se evitar a transmissão. Isso porque o contato com alguém contaminado é a principal forma de contágio do coronavírus. No mundo todo, o número de mortes pelo novo coronavírus já ultrapassa 26 mil.
A campanha do governo foi lançada dois dias depois de Bolsonaro convocar a rede nacional de TV e rádio na terça-feira, para defender a suspensão de medidas adotadas na maior parte do País no combate ao coronavírus. O presidente afirmou que autoridades estaduais e municipais "devem abandonar o conceito de terra arrasada, a proibição de transporte, o fechamento dos comércios e o confinamento em massa". Também defendeu a reabertura das escolas, com o argumento de que o risco maior da doença é para idosos e pessoas com outras comorbidades (outras doenças). O argumento do presidente é de que o efeito destas restrições na economia do País será a de deixar milhões de desempregados.
O pronunciamento do presidente, em que voltou a minimizar a covid-19, tratando a doença como "gripezinha" e "resfriadozinho", deixou perplexos a comunidade médica e até mesmo aliados políticos.
A OMS já alertou que há risco da doença mesmo entre os jovens. "Vocês não são invencíveis. Esse vírus pode colocar você no hospital por semanas ou até matar. Mesmo que não fique doente, as escolhas que faz sobre onde ir podem fazer a diferença sobre a vida ou a morte de outra pessoa", afirmou na semana passada o diretor-geral do órgão, Tedros Ghebreyesus.
Especialistas também apontam o risco de um jovem contaminado com coronavírus, mesmo que não desenvolva os sintomas, possa transmitir o vírus para algum parente idoso, como pais e avós.