Brasil tem quase 9 mil novos casos de chikungunya em apenas 4 semanas

Números do Ministério da Saúde mostram que doença é mais persistente que a zika; indicadores de dengue também subiram, mas de forma menos expressiva

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Por Ligia Formenti
Atualização:
A chikungunya é transmitida pelo mosquito 'Aedes aegypti' Foto: REUTERS/Paulo Whitaker

BRASÍLIA - O Brasil registrou um aumento de 8.877 casos de chikungunya (mais de 12 por hora) em quatro semanas, de acordo com dados apresentados nesta quinta-feira, 8, pelo Ministério da Saúde. Até 28 de novembro, foram contabilizados 259.928 casos da infecção, com 138 mortes. 

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O número é cerca de dez vezes maior do que o que havia sido contabilizado no ano passado. Os indicadores de dengue também subiram no último mês, mas de forma menos expressiva. Em cinco semanas, o salto foi de 17.585 casos, passado de 1.458.355 para 1.475.940 infecções prováveis, com 601 mortes confirmadas.

Os números mostram que o comportamento da chikungunya é bem diferente do que foi registrado com zika, doença que provocou neste ano 210.897 casos suspeitos. No caso, houve uma explosão da epidemia nos primeiros meses do ano, com pico em março. A queda do número de casos, porém, veio quase tão rápida quanto a expansão. A partir de abril, os números começaram a cair de forma expressiva.

Com chikungunya, no entanto, a doença se mostrou muito mais persistente. Neste ano, os casos atingiram o ápice em fevereiro e até maio, embora uma queda tivesse sido registrada, o número de novos casos ainda era bastante significativo. 

Zika. Até agora, foram identificados 16.763 casos prováveis de zika entre gestantes no Brasil. Desse total, 10.608 foram confirmados. A maior parte das gestantes reside nos Estados de São Paulo, Rio, Minas, Bahia e Mato Grosso. A confirmação de zika durante a gravidez, no entanto, não significa que os bebês nascerão com síndrome congênita. Não há ainda dados que indiquem qual o risco real de o bebê se contaminar pelo vírus durante a gestação e nascer com a síndrome.

O número de casos de microcefalia identificados até o momento indicam estabilidade. “Não registramos um aumento de nascimentos com bebês com a síndrome. Pelo contrário. Em comparação com números apresentados no ano passado, houve uma redução significativa”, afirmou Eduardo Hage, do departamento de Vigilância de Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde.

Até 26 de novembro, foram notificados 10.342 casos suspeitos, acumulados durante 2015 e 2016, em todo o País. De setembro a novembro, o número de casos suspeitos da má-formação subiram de 743 para 830 no Rio e de 696 para 820 em São Paulo. Um crescimento pequeno, sobretudo quando se leva em consideração a população em cada um desses dois Estados.

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