Britânica com gigantismo por tumor não diagnosticado processa hospital

Kate Woodward tem 1,96 m devido a problema não detectado na glândula pituitária

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Por Redação
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Uma britânica que cresceu até os 1,96m devido a um tumor não diagnosticado na glândula pituitária está processando o NHS, o serviço público de saúde da Grã-Bretanha. Segundo jornais britânicos, Kate Woodward, agora com 20 anos, teve um crescimento anormal desde a infância e, aos 11 anos, já tinha chegado aos 1,75m. Ela afirmou que a altura fez com que ela sempre fosse vista como uma "aberração". Apenas em setembro de 2005, quando ela estava com 13 anos, os médicos diagnosticaram pela primeira vez o gigantismo acromegálico, resultado do tumor na glândula pituitária e que liberou quantidades excessivas do hormônio de crescimento no corpo da britânica. Os advogados da jovem dizem que os médicos do serviço público de saúde deixaram de detectar o tumor, apesar de constantes atendimentos à paciente entre 2001 e 2005. Sem tratamento, a doença acabou causando problemas nas costas, joelhos e dentes de Kate, o que, segundo a britânica, arruinou os seus planos de seguir a carreira de atriz. Ela vai pedir uma indenização de 2 milhões de libras (cerca de R$ 6 milhões) no que seria , segundo seus advogados, o primeiro caso deste tipo. 'Dor e sofrimento' Kate quer ser indenizada pela dor e sofrimento que passou e também pelas despesas médicas e o dinheiro gasto para fazer roupas sob encomenda, pois, devido ao seu crescimento anormal, ela não consegue encontrar roupas em lojas comuns. Em um depoimento no tribunal, a jovem disse que tinha o desejo de ser atriz desde os 5 anos de idade e que chegou a ganhar prêmios na Academia de Música e Artes Dramáticas de Londres. "Eu estava crescendo e, efetivamente, ficando mais feia, até o ponto em que você não pode mais se tornar uma atriz", disse. Ela agora quer ser roteirista, mas os problemas de saúde estão atrapalhando seus estudos na universidade. "Ela é muito consciente em relação à altura e sente que isto a deixou marcada como uma aberração", disse o advogado de Woodward, Stephen Grimes, durante o julgamento do caso em Londres. A jovem começou a crescer de forma anormal a partir dos 8 anos de idade e recebeu tratamento em pelo menos dois hospitais na cidade de Leeds. Os médicos só descobriram o tumor em 2005. Desde então, a maior parte do tumor foi removida, mas a jovem já sofria com crescimento excessivo e problemas nos ossos. Parte do tumor não pode ser removida. Ela continua recendo hormônios e, recentemente, teve problemas na vesícula. O julgamento, na Alta Corte de Londres, continua. Os advogados da jovem afirmam que os hospitais de Leeds já "aceitaram e admitiram" que foi um caso de negligência clínica. Segundo jornais locais, os hospitais concordaram em pagar para tratamentos médicos futuros, tratamentos odontológicos, férias e compras de sapatos sob medida, mas discordam da quantia pedida pelos advogados da paciente. Mas, eles discordam da indenização de 2 milhões de libras.

 

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