
11 de março de 2011 | 13h13
SÃO PAULO - O Ministro da Saúde Andrew Landsley pediu para a Autoridade de Fertilização e Embriologia Humana (HFEA, na sigla em inglês) avaliar um estudo feito por pesquisadores britânicos que visa acabar com doenças herdadas por um problema com a mãe por meio da fertilização in vitro. A curiosidade em relação a este estudo é que o embrião gerado teria três pais.
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A técnica utilizada pelos cientistas da Universidade de Newcastle troca o DNA de dois ovos fertilizados. O que foi relatado é que, a um dia da fertilização do óvulo pelo espermatozoide, o DNA nuclear é retirado do embrião e implantado no óvulo de uma doadora que teria o núcleo retirado. Com isso, o embrião receberia de herança os genes dos pais, mas o DNA mitocondrial da doadora do óvulo saudável.
Como as mitocôndrias são herdadas apenas da mãe, se houver qualquer mau funcionamento, o embrião gerado poderá apresentar problemas de saúde graves que hoje não apresentam cura, como a cegueira. Atualmente, cerca de 6.500 crianças nascem com doenças graves causadas por um mau funcionamento do DNA mitocondrial.
O procedimento usa uma variação da mesma técnica utilizada na clonagem da ovelha Dolly, em 1996, por isso o governo britânico quer um acompanhamento rigoroso para saber se é o momento certo para aprovar este tipo de pesquisa.
"Como médicos nós temos o dever de tratar as doenças e, quando possível, evitá-las. Para as doenças que não têm tratamento é ainda mais importante que possamos desenvolver um tratamento", disse Alison Murdoch, responsável pelo departamento de Medicina Reprodutiva da universidade.
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