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Calor global 'perdido' pode estar indo para fundo dos oceanos

Segundo pesquisadores, calor pode estar temporariamente mascarando os efeitos do aquecimento global vindo das emissões de gases do efeito estufa

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Por Redação
Atualização:

O mistério do calor "perdido" pode ter sido resolvido: ele pode estar escondido no fundo dos oceanos, temporariamente mascarando os efeitos do aquecimento global vindo das emissões de gases do efeito estufa, reportaram pesquisadores neste último domingo, 18.

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Os cientistas climáticos há muito tempo se perguntavam para onde ia o calor "perdido", principalmente na última década, quando as emissões de gases estufa continuaram crescendo, mas as temperaturas mundiais não subiram na mesma proporção.

É importante acompanhar o aumento na geração de energia e de calor no sistema terrestre, por conta de seu impacto no clima atual e no do futuro.

As temperaturas ainda estão elevadas. A década entre 2000 e 2010 foi a mais quente em mais de um século, mas o ano mais quente foi em 1998, até que 2010 empatou.

A temperatura mundial deveria ter subido mais, calcularam os cientistas do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica.

Eles descobriram que as emissões de gases do efeito estufa cresceram durante a década, e os satélites mostraram uma crescente diferença entre a luz do Sol e a radiação emitidas.

Parte do calor estava chegando à Terra e não ia embora, mas as temperaturas não estavam subindo como estimado.

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Então, para onde esse calor "perdido" ia?

Simulações feitas em computador sugerem que a maior parte dele está preso em camadas mais profundas dos oceanos, abaixo de 305 metros, durante períodos como a década passada, quando as temperaturas não subiram conforme esperado.

Isso pode acontecer por anos ao longo do tempo e periodicamente neste século, mesmo que a tendência de aquecimento se mantenha, concluíram os pesquisadores no jornal Nature Climate Change.

"Este estudo sugere que a energia perdida tem, na verdade, queimado no oceano", afirmou em comunicado o coautor do estudo, Kevin Trenberth, do NCAR. "O calor não desapareceu e portanto não pode ser ignorado. Ele tem consequência."

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Trenberth e outros pesquiadores fizeram cinco simulações em computador das temperaturas globais, levando em conta as interações entre a atmosfera, as áreas terrestres, os oceanos e o gelo do mar, baseando as informações em estimativas de emissões de gases do efeito estufa pelos humanos.

Todas as simulações indicaram que a temperatura global subirá vários graus neste século. Mas todas elas também mostraram períodos em que as temperaturas vão se estabilizar, antes de subirem. Durante esses períodos, o calor extra vai se mover para o fundo dos oceanos, devido a mudanças na circulação das águas marítimas, disseram cientistas.

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