BRASÍLIA - A Câmara dos Deputados aprovou a medida provisória que destina R$ 1,9 bilhão para viabilizar a compra, processamento e distribuição de 100 milhões de doses de vacina contra a covid-19. O recurso será destinado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), para o projeto em desenvolvimento com o laboratório britânico AstraZeneca e a Universidade de Oxford. A votação foi simbólica, sem a contagem de votos, e o texto segue agora para o Senado.
A matéria precisa ser aprovada até esta quinta-feira, 3, para não perder a validade, embora parte do valor já tenha sido liberado ao instituto de pesquisa quando a medida foi assinada pelo presidente Jair Bolsonaro, em agosto.
Havia uma pressão para que a relatora, deputada Mariana Carvalho (PSDB-RO), destinasse parte da verba para o desenvolvimento da vacina do laboratório chinês Sinovac e do Instituto Butantã, a Coronavac. Carvalho, no entanto, não acatou a mudança. “Neste momento não caberia atender essas emendas para atender o Instituto Butantã, precisamos encontrar outros caminhos, mas neste momento, pelo reconhecimento a Fiocruz e entendendo que esse valor vem para atender uma parcela da produção dessas vacinas, teremos de buscar outros meios”, disse a deputada.
Carvalho afirmou ainda que espera que as outras vacinas em desenvolvimento no País também tenham apoio do governo e do Ministério da Saúde. “Temos outros institutos e outras vacinas sendo estudadas e esperamos que possamos ter o apoio do governo federal, do Ministério da Saúde para que essas outras vacinas contem com essa parceria para que a gente consiga ter a oportunidade de vacinar o maior número de brasileiros possível”, disse a relatora.
No dia em que assinou a MP, Bolsonaro criticou, de forma indireta, iniciativa do governo de São Paulo de negociar com a empresa chinesa para receber a Coronavac, também em testes contra a covid-19. "O mais importante, diferente daquela outra (vacina) que um governador resolveu acertar com outro país, vem a tecnologia para nós", disse no dia.
A bancada paulista na Câmara trabalha agora para tentar destinar recursos ao Butantã em outra medida provisória, na 1004/20, que destina a verba ao Fundo Nacional de Saúde.