Campinas-SP ganha bancode sangue de cordão umbilical

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Por Agencia Estado
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Colocar à disposição da população brasileira pelo menos 12 mil amostras de sangue de cordão umbilical nos próximos quatro anos é a meta dos integrantes da RedeCord, rede que inaugurou ontem o Banco Público de Sangue de Cordão Umbilical e Placentário (BSCUP) da Universidade de Campinas (Unicamp). Composta pelo Hospital Israelita Albert Einstein, Hemocentro da Unicamp e Universidade de São Paulo em Ribeirão Preto, a RedeCord tem o objetivo de captar, selecionar e armazenar pelo menos 600 amostras por ano nos hemocentros das três unidades. As células-tronco de cordão umbilical têm sido usadas como alternativa ao transplante de medula óssea no tratamento de cânceres do sangue - leucemias, linfomas etc. Segundo o superintendente do Instituto Israelita de Ensino e Pesquisa Albert Einstein, Carlos Alberto Moreira Filho, cerca de 3 mil pessoas são indicadas por ano para passar pelo transplante de medula óssea. "Dessas, 1,7 mil não têm doador compatível", diz. Calcula-se que 12 mil cordões consigam abarcar toda a diversidade étnica da população brasileira. Isso garantiria a compatibilidade para qualquer transplante. Há alguns anos surgiu uma onda de bancos privados que recolhiam cordões na hora do parto para que o bebê, se um dia adoecesse, pudesse usá-lo no futuro. Mas a chance de a pessoa precisar disso é mínima, e em doenças como leucemia é inútil. Espera Menor Outra vantagem é que hoje o tempo médio para identificar um doador compatível de medula e o transplante é de seis meses no Registro de Doadores de Medula Óssea (Redome). O banco público reduziria esse prazo para 20 dias. "Poderemos salvar milhares de vidas. Além disso, teremos muito material para pesquisa", disse Moreira Filho. Os atendimentos ocorrerão gratuitamente. O investimento previsto pelo Einstein para garantir o funcionamento da rede é de R$ 50 milhões. Em Campinas, o investimento de R$ 1,4 milhão no BSCUP permite o armazenamento de até 3 mil bolsas de sangue de cordão umbilical. Atualmente, a universidade tem 200 bolsas armazenadas. As coletas serão realizadas em maternidades do Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher (Caism) e do Hospital Estadual de Sumaré. As bolsas com o material coletado ficarão congeladas em local especialmente reservado para o armazenamento. A Unicamp trabalha na coleta de sangue de cordão desde 1996. Mas não tinha condições de custear um projeto como o banco de sangue.

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