18 de abril de 2008 | 20h13
O Canadá declarou que um produto químico amplamente usado em mamadeiras e outros recipientes de plástico inquebrável é uma substância perigosa. A Health Canadá é o primeiro órgão regulador do mundo a declarar o bisfenol-A uma substância perigosa. Isso pode ser o primeiro passo para o Canadá banir o produto. Veja também: Informações sobre o bisfenol-A (em inglês) O ministro da Saúde, Tony Clement, disse que o rascunho de um relatório sobre o bisfenol-A determinou que o produto pode ser perigoso para seres humanos - particularmente recém-nascidos e crianças - e para o meio ambiente. A descoberta não significa, entretanto, que o Canadá vá banir ou restringir imediatamente o bisfenol-A. Ottawa está dando 60 dias para comentários públicos a respeito do relatório, e a partir de então o governo terá um ano para fazer um relatório final, detalhando medidas de controle. Brasil No Brasil, o único fabricante do bisfenol-A é a Rhodia, que gera cerca de 25 mil toneladas por ano da substância. Segundo a empresa, o produto, de uso exclusivamente industrial, é utilizado na fabricação de resinas epoxy e de policarbonato pelas empresas Dow e Unigel. "O bisfenol não está presente em mamadeiras, pois desaparece completamente no processo de produção do plástico. De qualquer maneira, seu uso é seguro e comprovado por diversos estudos no mundo todo", declarou a assessoria da Rhodia. Procurados pela reportagem, a Dow e o Inmetro (responsável pela regulamentação e fiscalização de mamadeiras no Brasil) não responderam até o momento da publicação da matéria. Não foi possível entrar em contato com a Unigel. Policarbonato O bisfenol-A, segundo explica o técnico de ensino do Senai, Clodoaldo Lazareti, é um produto químico utilizado no processo de polimerização do policarbonato (tipo de plástico bastante resistente utilizado em mamadeiras e faróis de carros, por exemplo). "Se o material plástico se degradar, em condições extremas de exposição a altas temperaturas por exemplo, é possível que o plástico se decomponha em sua cadeia orgânica original, o que pode levar a uma liberação de bisfenol-A", explica. O professor acrescenta que essas ocorrências se deram, até o momento, apenas em situações extremas e experimentais. (com informações de Giovanna Montemurro, do estadao.com.br)
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