Caso de malária põe Rio de Janeiro em estado de alerta

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Por Agencia Estado
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Um morador de Botafogo, na zona sul do Rio, contraiu malária, doença considerada extinta na cidade. O paciente de 63 anos tem casa de veraneio em Friburgo, na região serrana, e disse que esteve na reserva biológica Macaé de Cima. Ele já está medicado e passa bem. A malária é transmitida pelo mosquito anopheles contaminado pelo protozoário plasmódio. Duas semanas após ser picado, o doente apresenta sintomas como febre alta acompanhada de calafrios, tremores e prostração. No caso do morador de Botafogo, ele sentiu-se mal depois de ter voltado de Friburgo. Ele teve febre prolongada por duas semanas, dor de cabeça e cansaço. "Esse caso serve de alerta. Esses sintomas estão associados a outras doenças, mas os médicos não podem descartar a hipótese de malária. Não importa de onde o paciente vem", afirmou o infectologista Celso Ramos, presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia do Rio de Janeiro, que diagnosticou a doença. O paciente foi infectado pelo plasmodium Vivax Like, que tem sintomas mais brandos que a malária amazônica, transmitida pelo plasmodium Vivax. "O Vivax Like é comum em Lumiar, no distrito de Friburgo. É uma região de mata onde vive o hospedeiro natural desse tipo de protozoário, que é o macaco. Os moradores da região não contraem a doença porque têm padrão de imunidade", afirmou o diretor do Centro de Vigilância Epidemiológica do Estado, Aloísio Ribeiro. De acordo com o infectologista Roberto Medronho, médico do Hospital Universitário Clementino Fraga Filho, da UFRJ, não há possibilidade de a doença voltar à cidade, onde o último caso autóctone (contraído no município, e não importado) foi registrado em 1985. "Isso acontece porque no Estado do Rio há poucas espécies de mosquitos anofilinos e os que existem aqui não são os mais eficientes na transmissão da malária", explicou. Como forma de prevenção, a prefeitura de Friburgo começará a distribuir panfletos em hotéis, pousadas e pontos turísticos com informações sobre a doença e as formas de evitá-la. Os visitantes serão orientados a evitar beira de rio, e usar repelentes, calças compridas e camisas de manga ao passear por trilhas. No ano passado, 195 casos de malária foram registrados no Estado do Rio. A maioria dos pacientes contraiu a doença na Amazônia, na Região Centro Oeste e na África. Houve o registro de três casos de transmissão por Vivax Like.

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