28 de julho de 2010 | 12h04
RIO DE JANEIRO - Os casos de dengue no Estado do Rio de Janeiro quase dobraram até agora em relação a todo o ano de 2009. O aumento se deve à volta do vírus tipo 1 e da infestação do tipo 2 em municípios que ainda não tinham registrado a doença nos últimos dois anos, disse na última terça-feira o superintende de Vigilância Epidemiológica e Ambiental da Secretaria de Saúde, Alexandre Chieppe.
De janeiro a junho, foram 21.346 casos, com 31 mortes. Em 2009, foram 12.403 infectados e 12 óbitos. "[O número] preocupa, claro. O aumento de casos, no entanto, era esperado por conta da possibilidade de entrada de um tipo de vírus que não circulava aqui há muito tempo, o tipo 1, identificado em Estados próximos e o grande responsável por esse crescimento", explicou Chieppe.
O município que lidera em número de infectados é São Gonçalo, na região metropolitana, com 1.805 casos e 8 mortes; seguido de Tanguá, também na região metropolitana, com 1.730; e Macaé, no norte fluminense, com 1.670.
O coordenador de Vetores de São Gonçalo, Jorge Luís de Oliveira, questiona os dados da Secretaria Estadual da Saúde e diz que apenas 696 casos da doença foram confirmados no município. Segundo ele, a prefeitura tem feito um amplo trabalho de conscientização nos bairros onde a doença se intensificou.
"Distribuímos tampas para caixa d'água e fazemos palestras educativas o ano inteiro. Vamos reforçar essas medidas, em parceria com as associações de moradores, e ampliar as armadilhas para o mosquitos nos locais que forem identificados com índice alto de larvas", afirmou Oliveira.
Apesar da contestação feita pelo coordenador, a secretaria investiga as circunstâncias das mortes. A análise preliminar pode indicar falhas na rede de atendimento, mas também o fato de a dengue ter atingido pessoas com doenças crônicas.
A secretaria está em estado de alerta, reforçando a prevenção para impedir uma nova epidemia como a de 2008, quando foram registrados cerca de 250 mil casos de dengue no Rio. "Queremos o sistema mais sensível para detecção e tratamento precoce da doença", completou Oliveira.
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