
11 de setembro de 2019 | 12h08
SÃO PAULO - Dados divulgados nesta quarta-feira, 11, pelo Ministério da Saúde mostram um avanço da dengue no país. De janeiro até 24 de agosto, foram registrados 1,4 milhão de casos, seis vezes mais do que o registrado no mesmo período do ano passado (205.791). Pelo menos 14 Estados estão em situação de epidemia. O aumento dos casos foi acompanhado também do número de mortes.
O vírus tipo 2 da dengue já é o mais presente este ano, o que explica em parte o aumento no número de casos da doença. A última vez que este vírus apareceu com força foi em 2002. Por isso, uma grande parcela da população estaria sensível a ele.
Diante deste cenário de aumento, e também do forte calor aliado às chuvas, a prevenção é uma importante aliada. "O que está acontecendo agora pode ser um prenúncio do que está por vir no ano que vem. É um importante sinal de alerta", afirma o infectologista Celso Granato, da Unifesp. Especialistas dão dicas de como fazer isso de forma adequada.
Calças e camisetas de manga comprida minimizam a exposição da pele e podem proporcionar proteção contra picadas. Por isso, seu uso pode ser recomendado durante surtos, de acordo com o Ministério da Saúde.
Além disso, repelentes e inseticidas também devem ser usados, uma vez que afastam os mosquitos. Mosquiteiros também são aconselhados, embora seja importante ressaltar que o mosquito Aedes aegypti é mais ativo durante o dia.
A melhor forma de evitar a transmissão da dengue é combater a proliferação do Aedes aegypti. Para isso, o importante é eliminar possíveis locais de armazenamento de água:
A vacina, produzida pela empresa Sanofi Pasteur, já existe mas só é indicada para quem já tem dengue. Ela foi contraindicada pela Anvisa para quem nunca teve a doença. Pela orientação da agência, a vacina deve ser aplicada apenas em pessoas que apresentam anticorpos contra um dos quatro subtipos de vírus que provocam a doença. O imunizante também somente deve ser aplicado em cidades onde a dengue é considerada endêmica - pelo menos 70% da população tenha tido contato com o agente. A vacina não está disponível na rede pública e só pode ser tomada em clínicas particulares. No final de 2018, o Butantã, que está desenvolvendo um imunizante, assinou acordo com a farmacêutica MSD. A previsão, na época, era de que a vacina chegasse ao mercado em 2020.
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