Atualizada às 21h04
SÃO PAULO - A cidade de São Paulo já tem 13 distritos em epidemia e registrou 20.764 casos de dengue entre 4 de janeiro e 11 de abril, conforme balanço apresentado pela Secretaria Municipal de Saúde nesta quinta-feira, 23. O aumento é de 191,3% em relação ao mesmo período de 2014, quando foram relatados 7.126 casos. Mais uma morte foi confirmada, elevando para cinco os óbitos na capital.
Brasilândia, Pari, Pirituba, Jaraguá e Perus lideram o ranking de distritos com incidência superior a 300 registros por 100 mil habitantes, o que define epidemia segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). Os três primeiros colocados têm incidência epidêmica de 899,9, 861,3 e 577 casos, respectivamente. Raposo Tavares, Cidade Ademar, Limão, Rio Pequeno, Cachoeirinha, Parque do Carmo, Freguesia do Ó e Casa Verde são os demais distritos na mesma situação. Marsilac, no extremo sul, é o único distrito da capital sem casos de dengue.
No balanço anterior, até a 12.ª semana epidemiológica, a secretaria havia registrado 8.063 casos na cidade e apenas o Pari, na região central, encontrava-se em epidemia. De acordo com o novo balanço, a região norte é a mais atingida pelo vírus. São 7.985 casos (um em cada três registros do Município) e coeficiente de incidência de 370 por 100 mil habitantes, o que também representa epidemia. O coeficiente de incidência geral da capital é de 184,5.
O secretário adjunto municipal de Saúde, Paulo Puccini, afirma que o quadro da cidade poderia ser mais grave. “É uma vitória estarmos com 20 mil casos, pois a situação poderia estar muito pior. São Paulo não vive uma epidemia. Tem surtos em bairros que estão recebendo um tratamento mais atento.”
Mais uma morte foi registrada, chegando a cinco neste ano. “É um homem de 92 anos, morador do Jaraguá (zona norte). Temos ainda 22 casos em investigação e 19 descartados”, afirmou Puccini. Em todo o ano de 2014, 14 pessoas morreram por causa da doença no Município.
Apesar do número de óbitos ser crescente, Puccini disse que a letalidade pode ser considerada menor neste ano. “A população está mais consciente de sua saúde e a dengue está sendo mais noticiada. As pessoas estão procurando atendimento logo no início dos sintomas.”
Puccini ressaltou, porém, que o salto no número de casos registrados deve ser maior no próximo balanço. “Estamos, atualmente, na área mais crítica. O pico ainda está por vir. Essa é uma afirmação histórica, porque é normal termos aumento nas 16.ª, 17.ª e 18.ª semanas epidemiológicas.”
Tendas. A partir desta sexta, uma nova tenda para atendimento de pacientes com dengue vai começar a funcionar na capital. Ela será a nona estrutura montada para dar suporte às pessoas infectadas pelo vírus e funcionará na Vila Nova Manchester, no Carrão, zona leste. Segundo o balanço da secretaria, 7 mil pessoas foram atendidas nas tendas entre os dias 6 e 22 deste mês.